quinta-feira, 5 de julho de 2007

Vegetarianismo

E não é que parece que o Rousseau era vegetariano? Acabei de ler uma passagem do Emílio (pág. 186, edição de 1999, Martins Fontes) "atacando" o hábito de nos alimentarmos de carne... E ele exemplifica seu pensamento com as palavras de ninguém menos que Plutarco (opa, mais um vegetariano importante):

"Tu me perguntas, dizia Plutarco, por que Pitágoras se abstinha de comer a carne dos animais. Eu, porém, te pergunto, pelo contrário, que coragem de homem teve o primeiro que aproximou da boca uma carne morta, que quebrou com os dentes os ossos de um animal moribundo, que fez com que se servissem corpos mortos, cadáveres, e submergiu em seu estômago membros que, um instante antes, baliam, mugiam, caminhavam e viam. Como pôde sua mão enterrar um ferro no coração de um ser sensível? Como puderam seus olhos suportar um assassínio? Como pôde sangrar, esfolar, desmembrar um pobre animal indefeso?"

Digo o seguinte: ficar sem comer carne não é fácil. Principalmente em "ocasiões sociais". Mas se eu tivesse que matar um animal para comer, não o faria. É muito cômodo me utilizar das mãos alheias para isso. Talvez um peixe eu até pescasse - apesar de eu sempre ter tido dó dos peixes que meu pai e irmão e familiares pescavam. O resumo mesmo é: tenho pena dos bichinhos. Não lutamos contra eles naturalmente (essa frase o Rousseau gostaria, hehehe...). Não é o mesmo que um leão matar uma gazela. Além disso, desmatamos áreas enormes para fazer pasto e para plantar grãos que servirão de ração para esses animais, dos quais nos alimentaremos depois. As aves ficam confinadas, até se matam. Os peixes... nossa, imagina morrer por asfixia? Tadinhos... Posso ser uma idiota por estar tentando viver sem comer animais mortos. É um hábito complicado de se desvencilhar. Mas há quase 3 meses estou firme e forte. Espero que dure!

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