segunda-feira, 9 de julho de 2007

Balanço

Dias de introspecção. Fechar os olhos e ver o escuro que é nossa mente, deixar a água cair e molhar o rosto, para ver se me molho por dentro. Pergunto a mim mesma se sou o que realmente imaginei ou se sou algo completamente diferente. Sou para mim o que sou para os outros? Às vezes acho que nós, seres humanos, tendemos a complicar demais coisas simples. Eu complico também. Mas o simples é tão aberto, parece tão transparente que às vezes acho que não consigo vê-lo.

A paciência: é algo que me falta. Será que com a idade ela virá, ou serei essa eterna corrida interior?

A sociabilidade/interação: gosto mas nem sempre a visto. Comigo mesma acabo conhecendo mais de um ser humano do que com muitas pessoas. Pelo menos conheço um pouco mais de mim. O interior dos outros é tão difícil de ser alcançado! E essa superficialidade toda me chateia. Só que, obviamente, eu não me basto. Mas a busca de chegar no ponto central de um outro ser humano é cansativa, e na maioria das vezes falha, e me sinto o pó, levinho, no chão, com toda uma gravidade impedindo de estar no céu. Sei que nasci para não ser só, mas fico perdida nesses caminhos dos encontros. E eu também não permito esse alcance do meu interior muito facilmente.

Amor de si: existe, mas costuma se esconder. E me deixa triste... Querendo ser outra, querendo sumir, virar vento, areia, uma planta... Coisas que são e somente são, sem nada além.

A cabeça: tem um ritmo estranho. Algumas vezes é pilhada, pensa muito, diz muito. Outras tira férias e me deixa à deriva. O pior é que quando isso acontece, o coração não segura as pontas. Fica apertado, querendo pensamentos concretos. Será que quem pensa mais sofre menos?

A alma: suspiro... Está aqui, disso eu sei. Mas quer mais atenção. Estou me enraizando demais na terra, na razão, e a alma quer flutuar. Preciso deixá-la mais solta e também deixá-la agir mais. Ser sensível não significa ter a alma solta. Não é porque choro fácil que tenho uma grande alma. Outros planos... outros questionamentos... sentir o bem, não pensar e explicar tanto... Preciso deixar minha alma túrgida.

O mundo: é lindo. Agradeço pelo céu ser azul e lindo (o céu azul é uma das coisas que mais gosto nessa vida); agradeço por existirem flores e por eu ter olhos e nariz para apreciá-las; agradeço por existirem pássaros e eu poder escutá-los; agradeço por todos os animais, tão diversos e perfeitos, incluindo os seres humanos; agradeço pelo sol que nos dá seus raios de luz e calor; agradeço pela chuva que tem um cheiro tão bom e ajuda a terra; agradeço pelo vento que me faz sentir livre; agradeço por ter a oportunidade de ver tudo isso, por ter a chance de viver nesse mundo. Pois mesmo que de minha vida não se faça nada, pelo menos vivi.

Instrospecção é fogo...

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