terça-feira, 31 de julho de 2007

Será a crise do ano?

Há alguns dias em que me sinto tão pequena no mundo; me sinto incapaz de qualquer coisa, me sinto ignorante de tudo o que importa, me sinto sem forças e sem vontades, me sinto esmagada pela vida. Começo a ver tudo que não sei e que não faço, começo a pensar em tudo o que há para ser melhorado por aí e sinto o peso da inércia me arrastando para longe da realidade. Esses dias às vezes duram muito, e me fazem murchar, me encasular, querer dormir... E o frio piora ainda mais as coisas, pois uma de minhas grandes fontes de alegria, o calor do sol, não está aqui para me socorrer.
Estou numa fase um pouco ruim. Faz dias que não me sinto para escrever... tanto que tenho postado bem pouco. Não que esteja triiiiste. Consigo sair para me divertir, sorrir, passar momentos bons com amigos. Mas o que realmente me importa, minha existência, o sentido de minha existência, está um pouco suspenso. Tenho me sentido tão superficial... Será que as pessoas que admiro se sentiram assim algum dia? Não é possível que tudo seja sempre flores... Preciso aprender a conviver com isso. E logo agora que meu aniversário está chegando! Bom, mas estava demorando. Tenho percebido que passo por pelo menos 1 crise existencial por ano; algumas mais profundas, outras mais passageiras. Essa acho que não vai durar muito. Mas está me fazendo querer hibernar. E meus dedos estão congelando! Outra coisa para me tirar ainda mais a vontade de escrever. Acho que vou tentar um poeminha para os próximos dias, quem sabe não me anima um pouco?

domingo, 29 de julho de 2007

Desabafo

Eu simplesmente odeio, odeio, odeio, odeeeeeio esse frio. Que droga de tempo que não melhora!

sábado, 28 de julho de 2007

Hino brasileiro

Aproveitando a influência do Pan, coloco aqui nosso hino nacional. Ele gera muita controvérsia entre opiniões, mas eu particularmente o amo. Não é porque a letra é complicada que ele deixa de ser bonito. É claro que tem muitas inversões e palavras raras, mas o que ele diz emociona, e acho uma pena se grande parte da população não depreende o sentido de algumas passagens. Quem interpreta sua letra certamente se emociona. Nossa pátria certamente é muito gentil conosco; só não sei se temos sido com ela...














HINO NACIONAL DO BRASIL (ouvir)

I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro desta flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Decepções sempre acontecem

Fui dar uma passadinha no Blog do Cristovam (Duarte) e olha o texto com o qual me deparo!


Falecimento de Antônio Carlos Magalhães - Agência Senado
"Todos sentirão que a política brasileira ficou menor sem a presença de ACM''


Escrito por Cristovam Buarque

O Senado e o Brasil têm muito a lamentar com a morte do senador Antônio Carlos Magalhães. Perdemos um senador que tinha uma característica rara na política brasileira hoje: ele era um político sólido em um tempo em que os políticos ficaram “gasosos”. Um político determinado, que sabia o que queria defender e levava às últimas conseqüências os objetivos que tinha.

Aliou-se a forças que relegaram o papel do Legislativo quando achou preciso. Ao mesmo tempo, soube mostrar-se um grande defensor do Legislativo, como em 1984, quando teve um papel fundamental na redemocratização ao ser aquele que mais fortemente enfrentou o poder militar em defesa da campanha de Tancredo Neves.

Independentemente de seu papel no desenvolvimento econômico da Bahia, Antônio Carlos Magalhães deixa dois legados sociais na política brasileira. O primeiro é o Fundo para Erradicação da Pobreza, sem o qual Fernando Henrique Cardoso não teria tido recursos para implantar o Bolsa-Escola e o presidente Lula não teria como implantar o Bolsa-Família. Participei do seminário que ele organizou no Senado, no qual surgiu a idéia do Fundo, e fui testemunha de como usou sua força e competência para aprová-lo.

Sua outra contribuição recente foi o Projeto de Lei para tornar o Orçamento impositivo. Amigos ou inimigos, aliados ou adversários, todos sentirão que a política brasileira ficou menor sem a presença de Antônio Carlos Magalhães.


A melhor parte é o final: "amigos ou inimigos, aliados ou adversários, todos sentirão que a política brasileira ficou menor sem a presença de Antônio Carlos Magalhães"... Hã-hã... Eu não! Vou encarar o final do primeiro parágrafo com ironia, quando é dito que ele foi um "político determinado, que sabia o que queria defender e levava às últimas conseqüências os objetivos que tinha". Com essa tenho que concordar! Mas é decepcionante ver esse texto assinado pelo Cristovam. E, sinceramente, não toooorciiiiii pela morte do ACM, mas fiquei feliz depois que ela aconteceu...

terça-feira, 24 de julho de 2007

Recomendo

Para não ficarmos presos ao que nos querem fazer pensar as grandes redes de televisão, recomendo acesso a outras fontes de informação, através da internet, principalmente. Infelizmente é um meio com acesso ainda restrito, mas pelo menos é muito mais fácil publicar nela que nos meios convencionais. Logo, não é preciso grana para tanto, somente ter o que dizer. Às vezes pode ser difícil filtrar as coisas, mas com o tempo vamos conhecendo alguns canais mais úteis.

Abaixo vou colocar alguns sites nos quais sempre "dou uma olhada" para ter diferentes versões de um mesmo fato. Tem de tudo: direita, esquerda, em cima do muro, contra todos etc. Mas a partir deles podemos pinçar algumas coisas que se repetem em todos e, desse jeito, talvez nos aproximemos um pouco da verdade...

Uma mostra disso é o recente acidente em Congonhas. Tem gente culpando o aeroporto (logo, o governo Lula); tem gente culpando o avião (logo, o crescimento desordenado do tráfego aéreo, culpa para mais de um governo); tem gente culpando todos... O que penso é que, antes de dizermos qualquer coisa, o melhor é ouvir/ler muito (e de muitos lados).

Vale ver:
Conversa Afiada
Blog do Tas
Centro de Mídia Independente
Estadão
BBC Brasil
Gabeira.com
Observatório da Imprensa
UOL
Caros Amigos

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Um dos primeiros poemas

Nesses últimos dias não tenho tido muita vontade de escrever. Aliás, esse tempo frio está me cansando já; me deixa sem ânimo para um monte de coisa. Para não deixar o blog abandonado, vou postar esse poema que adoro, da Cecília Meireles. Foi um dos primeiros que conheci, (tirando músicas, né) - eu estava na 8a série, em 1993 (hehehe...)-, e foi através de uma professora de teatro - a única vez que tive aula de teatro na vida em uma escola! Essa professora era sensacional, a Sara; tenho certeza de que todos que estudaram comigo naquela época concordariam. Ela era um adulto diferente no meio daqueles atritos intermináveis próprios da idade - início de adolescência. Era uma amiga, confidente, próxima de nós como qualquer outro amigo de sala. E numa das primeiras aulas aprendemos esse poema para "treinarmos" recitar. Foi apaixonante! Nunca mais esqueci. Aqui está ele (e ler em voz alta é muito melhor que apenas com a mente):


CANÇÃO

Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.
Levou somente a palavra,
deixou ficar o sentido.
O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.
Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem…
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olhos, também…

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Acidente II

Em uma coisa eu tenho que concordar com o PHA, no Conversa Afiada: o Serra já falou mais sobre o acidente da TAM do que sobre a cratera do Metrô...
Só para lembrar:
cratera - responsabilidade do governo estadual;
aeroportos - responsabilidade do governo federal.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Acidente I

Acabei de chegar da aula, ligo a TV e me pergunto se estou realmente vendo aquela notícia. Avião derrapando numa pista recém-reformada? Provavelmente causando a morte de 176 pessoas??? No maior e mais movimentado aeroporto do país???

Não é possível.

Sinto pelas vítimas, familiares e amigos.

É esse o país que temos construído...

Louvar

Essa música tem estado em minha cabeça há uns 10 dias. E agora sempre a canto, mesmo que só internamente, quando quero me centrar e me aproximar de minha alma; quando quero agradecer por tudo de bom que vejo, ouço, sinto... O melhor é que essa letra não diz nada específico, como Deus ou Pai, ou nada de uma religião em si. É um louvor apenas. Pode ser cantada tanto por quem acredita que há um Deus quanto por quem acredita que esse ser superior é a natureza, ou uma energia, ou o que for... Bom, aprendi na Igreja Católica; mas não vou negar que aprendi muitas coisas boas através dessa igreja, mesmo discordando de muitos pontos e hoje não me considerando parte dela. Mas vamos lá... Essa música eu recomendo para quem tiver muito o que agradecer, como eu!

QUERO LOUVAR-TE (tem uma versãozinha cantada aqui)

Quero louvar-te sempre mais e mais!
Quero louvar-te sempre mais e mais!
Buscar o Teu querer, Tua graça conhecer,
quero louvar-te...

As aves do céu cantam para Ti,
as feras do campo refletem Teu poder...
Quero cantar, quero levantar as minhas mãos a Ti!

Quero sentir-te sempre mais e mais!
Quero sentir-te sempre mais e mais!
Buscar o Teu querer, Tua graça conhecer,
quero sentir-te...

As aves do céu cantam para Ti,
as feras do campo refletem Teu poder...
Quero cantar, quero levantar as minhas mãos a Ti!

Quero amar-te sempre mais e mais!
Quero amar-te sempre mais e mais!
Buscar o Teu querer, Tua graça conhecer,
quero amar-te...

As aves do céu cantam para Ti,
as feras do campo refletem Teu poder...
Quero cantar, quero levantar as minhas mãos a Ti!

sábado, 14 de julho de 2007

Depois de algumas IX

Antes morrer de vodka do que de tédio.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Correria

Nossa, não tenho tido tempo para escrever... Não que eu esteja me dedicando ao espírito, hehehe... Seminário sobre a Infância, prova e trabalhos para entregar... Essa semana está um caos no meu tempo. Espero que daqui uns dias tudo se acalme. Mas tenho muitas coisas desse seminário sobre o que falar! Foi muito bom!

terça-feira, 10 de julho de 2007

Clima bom

Essa temporada de céu bonito e dias agradáveis está me fazendo um bem! Espero que dure muito...

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Um porquê para a sociedade

Tecendo a manhã
(João Cabral de Melo Neto)

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

Para fechar

Música boa para fechar o balanço! De Tom Zé.


O RISO E A FACA

Quero ser o riso e o dente
quero ser o dente e a faca
quero ser a faca e o corte
em um só beijo vermelho
Eu sou a raiva e a vacina
procura de pecado e conselho
espaço entre a dor e o consolo
a briga entre a luz e o espelho

Fiz meu berço na viração
eu só descanso na tempestade
só adormeço no furacão

Balanço

Dias de introspecção. Fechar os olhos e ver o escuro que é nossa mente, deixar a água cair e molhar o rosto, para ver se me molho por dentro. Pergunto a mim mesma se sou o que realmente imaginei ou se sou algo completamente diferente. Sou para mim o que sou para os outros? Às vezes acho que nós, seres humanos, tendemos a complicar demais coisas simples. Eu complico também. Mas o simples é tão aberto, parece tão transparente que às vezes acho que não consigo vê-lo.

A paciência: é algo que me falta. Será que com a idade ela virá, ou serei essa eterna corrida interior?

A sociabilidade/interação: gosto mas nem sempre a visto. Comigo mesma acabo conhecendo mais de um ser humano do que com muitas pessoas. Pelo menos conheço um pouco mais de mim. O interior dos outros é tão difícil de ser alcançado! E essa superficialidade toda me chateia. Só que, obviamente, eu não me basto. Mas a busca de chegar no ponto central de um outro ser humano é cansativa, e na maioria das vezes falha, e me sinto o pó, levinho, no chão, com toda uma gravidade impedindo de estar no céu. Sei que nasci para não ser só, mas fico perdida nesses caminhos dos encontros. E eu também não permito esse alcance do meu interior muito facilmente.

Amor de si: existe, mas costuma se esconder. E me deixa triste... Querendo ser outra, querendo sumir, virar vento, areia, uma planta... Coisas que são e somente são, sem nada além.

A cabeça: tem um ritmo estranho. Algumas vezes é pilhada, pensa muito, diz muito. Outras tira férias e me deixa à deriva. O pior é que quando isso acontece, o coração não segura as pontas. Fica apertado, querendo pensamentos concretos. Será que quem pensa mais sofre menos?

A alma: suspiro... Está aqui, disso eu sei. Mas quer mais atenção. Estou me enraizando demais na terra, na razão, e a alma quer flutuar. Preciso deixá-la mais solta e também deixá-la agir mais. Ser sensível não significa ter a alma solta. Não é porque choro fácil que tenho uma grande alma. Outros planos... outros questionamentos... sentir o bem, não pensar e explicar tanto... Preciso deixar minha alma túrgida.

O mundo: é lindo. Agradeço pelo céu ser azul e lindo (o céu azul é uma das coisas que mais gosto nessa vida); agradeço por existirem flores e por eu ter olhos e nariz para apreciá-las; agradeço por existirem pássaros e eu poder escutá-los; agradeço por todos os animais, tão diversos e perfeitos, incluindo os seres humanos; agradeço pelo sol que nos dá seus raios de luz e calor; agradeço pela chuva que tem um cheiro tão bom e ajuda a terra; agradeço pelo vento que me faz sentir livre; agradeço por ter a oportunidade de ver tudo isso, por ter a chance de viver nesse mundo. Pois mesmo que de minha vida não se faça nada, pelo menos vivi.

Instrospecção é fogo...

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Pausa

E falamos também sobre meditar/orar/elevar o espírito... Algo que não necessariamente tem que ser feito sentado na "posição x" em silêncio total, mas quando quisermos e conseguirmos: andando na rua, cozinhando, tomando banho, deitados na cama. O importante é se elevar a algo maior que muitos chamam de Deus, ou de outro plano... Pensar no bem das pessoas, de si mesmo, na harmonia do mundo. Buscar a paz de espírito e ficar um pouco livre do mundo dos pensamentos, da razão.

Preciso fazer mais isso... Tenho pensado demais; meu espírito está precisando de mais espaço no meu dia. Afinal, corpo, mente e alma compõem um ser humano. Pelo menos no meu modo de ver as coisas.

Vou tentar fazer uma pausa para isso.

P.S.: sempre saio muito serena dessas conversas com Rafa. Eita pessoa boa que faz parte da minha vida! Amigos assim são as melhores coisas.

Mais vegetarianismo

Acabei de conversar um tempão com um grande e especial amigo. E olha os que eu soube, através dele, que também eram vegetarianos:
Platão
Newton
Einstein
Napoleão

Sem falar dos que eu já sabia:
Ghandi
Buda
Pitágoras

Pessoas... digamos... inspiradoras, não?

Livros que quero ter

Assim como o post "Filmes que quero ter", esse aqui não deve ter fim... Muitos eu já li, mas não tenho :(. Outros ouvi falar bem e quero ter para ler!

Ocidentais - Machado de Assis

TODOS de J.-J. Rousseau (por enquanto só tenho o Emílio)

Antologia Poética - Drummond

O mundo de Sofia - ? (esqueci, hehe)

Mente Absorvente - Maria Montessori

O Físico - sei o nome não...

Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire

I-Juca-Pirama - Gonçalves Dias

Vegetarianismo

E não é que parece que o Rousseau era vegetariano? Acabei de ler uma passagem do Emílio (pág. 186, edição de 1999, Martins Fontes) "atacando" o hábito de nos alimentarmos de carne... E ele exemplifica seu pensamento com as palavras de ninguém menos que Plutarco (opa, mais um vegetariano importante):

"Tu me perguntas, dizia Plutarco, por que Pitágoras se abstinha de comer a carne dos animais. Eu, porém, te pergunto, pelo contrário, que coragem de homem teve o primeiro que aproximou da boca uma carne morta, que quebrou com os dentes os ossos de um animal moribundo, que fez com que se servissem corpos mortos, cadáveres, e submergiu em seu estômago membros que, um instante antes, baliam, mugiam, caminhavam e viam. Como pôde sua mão enterrar um ferro no coração de um ser sensível? Como puderam seus olhos suportar um assassínio? Como pôde sangrar, esfolar, desmembrar um pobre animal indefeso?"

Digo o seguinte: ficar sem comer carne não é fácil. Principalmente em "ocasiões sociais". Mas se eu tivesse que matar um animal para comer, não o faria. É muito cômodo me utilizar das mãos alheias para isso. Talvez um peixe eu até pescasse - apesar de eu sempre ter tido dó dos peixes que meu pai e irmão e familiares pescavam. O resumo mesmo é: tenho pena dos bichinhos. Não lutamos contra eles naturalmente (essa frase o Rousseau gostaria, hehehe...). Não é o mesmo que um leão matar uma gazela. Além disso, desmatamos áreas enormes para fazer pasto e para plantar grãos que servirão de ração para esses animais, dos quais nos alimentaremos depois. As aves ficam confinadas, até se matam. Os peixes... nossa, imagina morrer por asfixia? Tadinhos... Posso ser uma idiota por estar tentando viver sem comer animais mortos. É um hábito complicado de se desvencilhar. Mas há quase 3 meses estou firme e forte. Espero que dure!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Generalidades sobre pensamentos

E gostaria de um dia poder mandar emails de minha cabeça. Daqueles tipos "nota mental: falar sobre...". É que às vezes os pensamentos me vêm no meio da noite, no meio do trânsito, no meio do banho; e tão fácil e luminosos quanto aparecem eles se perdem e se apagam nesse turbilhão maluco da minha cabeça. E aí adeus. Se misturam com outros, se banham de escuro, afundam no cérebro. Ontem mesmo pensei em não-sei-quê e se foi. E sei que era algo sobre o qual escrever muito. Então logo depois me veio a vontade desse post. Uma das coisas boas de se escrever é guardar pensamentos, desenvolvê-los, contestá-los, retê-los. Também assim fazemos numa conversa. E fica ainda melhor! Pois aos nossos acrescentamos pensamentos de outros, ou comparamos... E nessa foi que o ser humano cresceu. Como eu disse uma redaçãozinha de cursinho, o conhecimento tanto mais cresce o quão mais é compartilhado.

Sozinha mas não só

Em mais ou menos 1 mês meu irmão estará de volta. Que bom! Sinto saudade. Mas não é uma "saudade-necessidade-de-ter-alguém-comigo-em-casa". É saudade dele mesmo; das suas chatices, de seus comentários-relâmpago sobre assuntos que não sei, de suas músicas pela manhã, da luz do quarto do piano pela fresta embaixo da porta fechada no meio da madrugada, da panelada na pia de quando se mete(talentosamente) a chef, de ouvir sobre as coisas do mundo e da vida que alguém tão diferente mas ao mesmo tempo tão parecido comigo tem a dizer. Confesso que não sinto falta NENHUMA dos programas de futebol que ele insiste em assistir. Mas fazer o quê; ele também precisa conviver com meus gatos.

E, apesar da saudade, não me foi caro ficar sozinha por esse ano. Não me sinto só comigo mesma. Fico bem até demais. Como explicar? Acho que cai bem um pouco do grande Drummond, nesse pequeno lindo poema:


AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Filosofia popular

E já diziam os grandes irmãos filósofos: "amores vêm e vão, são aves de verão"...

À Paulicéia

Vim a teu encontro.
Fria, dura, distante foste antes.
Mas aos poucos com tuas faces
diversas me cativaste.
E assim, aos poucos,
refém tua me vi ser;
e por tanto em ti ver
viver me era renascer
em cada ruído flamejante,
em cada dom desconsertante
descoberto em tuas veias.
E então correu em mim teu sangue.
Do que fui ainda sou,
mas ainda mais tornei-me
o eu mesma que existia
adormecido em minhas entranhas,
em minhas idéias tamanhas,
aprisionadas nas paredes
que separavam-me por vezes
do que tu me devolveste.
Nada mais me desnudara
a ponto d'eu não mais temer;
ao ver-me crua em tua cara
vi tua cara em meu saber.
E o tanto agora que me invade
faz-me um ser ambíguo ser
pois me deste a liberdade
e me fizeste me prender.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Outro "apagão"

Notícia retirada da Folha Online. Bom, emprego aparentemente não me faltará. A princípio pretendo trabalhar com ensino infantil, mas nada é definitivo nessa vida, não é? Só não sei quais condições eu teria que enfrentar nessas escolas. Tenho ouvido histórias muito tristes... O Estado é cada vez mais apenas um instrumento de manutenção do poder das classes mais altas e cada vez menos um provedor das necessidades básicas de um regime democrático - saúde e educação.


Relatório prevê "apagão" do ensino médio no país

Estudo da Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional de Educação aponta a necessidade de 235 mil professores

Baixos salários, violência nas escolas e falta de plano de carreira estariam entre as causas do pequeno interesse pela carreira docente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil pode viver um "apagão do ensino médio" nos próximos anos, afirma relatório da Câmara da Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação) que será divulgado hoje. Fundamentado em pesquisa do Inep (instituto de pesquisa ligado ao MEC), o texto estima a necessidade de cerca de 235 mil professores nesse nível de ensino em todo o país.
O maior déficit, de acordo com o estudo, está nas áreas de física, química, biologia e matemática. O trabalho estima que são necessários 55 mil professores de física, mas aponta que as licenciaturas da área só formaram 7.216 entre 1990 e 2001.
Os autores do relatório propõem, como medidas emergenciais, o aproveitamento de alunos de licenciatura como professores, a criação de uma espécie de Prouni para o ensino médio no caso de as escolas públicas não conseguirem atender à demanda, incentivos para aposentados retornarem à carreira e a contratação de estrangeiros.
Além da questão quantitativa, outro problema a ser enfrentado no ensino médio, de acordo com o CNE, é a formação dos professores. As únicas áreas em que mais de 50% dos professores têm licenciatura na disciplina ministrada são língua portuguesa, biologia e educação física.
O estudo aponta que o problema da falta de professores deve aumentar com o crescimento esperado do número de matrículas. Dados de 2003 mostram que, naquele ano, apenas 30% da população entre 25 e 64 anos havia concluído ao menos a etapa final da educação básica, que culmina no ensino médio, contra 83% na Alemanha e 49% no Chile.
Ainda assim, o texto do CNE aponta uma queda das matrículas nesse nível de ensino no Brasil após a expansão de 138 mil entre 2005 e 2004.
De acordo com pesquisa do Ipea citada no estudo, o número é resultado da diminuição de matrículas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e Nordeste houve crescimento.
Entre as causas apontadas pelo CNE para a crise dos professores está o baixo financiamento da educação. A pesquisa mostra que o Brasil investe só US$ 1.008 por aluno nessa etapa de ensino, enquanto a média é de US$ 9.835 na Alemanha, de US$ 2.387 no Chile e de US$ 2.378 na Argentina.
Além do problema salarial, o CNE credita o baixo interesse pela carreira docente a condições inadequadas de ensino, à violência nas escolas e à falta de um plano de carreira.
Os autores do texto propõem, a longo e médio prazo, dar prioridade às licenciaturas em ciências da natureza e matemática, informatizar as escolas e dar bolsas de incentivo à docência. (ANGELA PINHO)

Nariz 4 x Eu 0

Às vezes odeio meu nariz. Hoje, por exemplo, ele me está dificultando a vida.

E acordei

E não é que acordei bem? O céu está azul, comecei a ouvir música desde cedo, meu café da manhã foi ótimo e um de meus gatos está no meu colo dormindo! Para ter sido melhor só faltaram duas coisas. Uma delas é um jardim. A outra é segredo.

Para acordar bem...

...recomendo essa trilha sonora!
Para quem não lembra,
é de Os Saltimbancos Trapalhões.

ALÔ LIBERDADE (Chico Buarque)

Alô, liberdade
Desculpa eu vir
Assim sem avisar
Mas já era tarde
E os galos tão
Cansados de cantar

Bom dia, alegria
A minha companhia
Vai cantar
Sutil melodia
Pra te acordar

Quem vai querer tocar trombeta
Pem pererém pererém
Pempem
Quem vai querer tocar matraca
Tracatracatraca
Tracatraca
Quem vai de flauta e clarineta
Fi firiri
Firiri fifi
Quem é que vai de prato e facaa
Taca cheque taca
Chequetaca checá
Quem vai querer sair da banda
Pan pararan
Pararan panpan
Hoje a banda sairá

Alô, liberdade
levanta, lava o rosto
Fica em pé
Como é, liberdade ...
Vou ter que requentar
O teu café

Bom dia, alegria
A minha companhia
Vai cantar
Em doce harmonia
Pra te alegrar

Quem vem com a boca no trombone
Pom pororom
pororom pompom
Quem vem com a bossa no pandeiro
Chá carachá
Carachá chachá
E quem toca só toca telefone
Trim tiririm
Tiririm trimtrim
E quem só canta no chuveiro
Trá tralalá
Tralalá lalá
Quem vai querer sair na banda
Pan panpan
Hoje a banda sairá
Laiaralaialaialaiá
Hoje a banda sairá

Olá, liberdade!