quinta-feira, 31 de maio de 2007

E o direito? Movimento Estudantil

E nosso direito de ir e vir? E o das pessoas que ficaram presas no enorme engarrafamento ocorrido na cidade devido ao bloqueio que o governo impôs, com a Polícia Militar, à manifestação estudantil? Que eu saiba, podemos ir onde quisermos na cidade, desde que seja em um espaço público - e as ruas e avenidas o são, não são?

Pois o ato conjunto de estudantes, professores e servidores das universidades públicas do Estado de São Paulo foi BLOQUEADO por policiais no encontro entre as avenidas Francisco Mourato e Morumbi. E ali os estudantes ficaram concentrados aguardando as negociações de uma comissão que foi reinvindicar a liberação do trajeto. Isso não ocorreu. Mas ESPERO que dessa vez essa mídia ridícula pare de ficar contra o movimento estudantil, pois onde já se viu proibir uma manifestação dessa forma??? Ridículo, absurdo, inacreditável.

E o que vi entre os estudantes foi uma forma de manifestação diferente: sem violência, com muita música, tranqüilidade... Se alguém levantava qualquer bandeira com alguma inscrição ou referência a partido político, na mesma hora era reprimido, pois todos gritavam "abaixa essa bandeira" ou vaiavam. Os estudantes querem protestar sem se vincular a nenhum partido ou ideologia política, mas apenas ao nosso direito constitucional de ensino público de qualidade.

Esse governo está conseguindo ser pior do que imaginei. Felizmente há pessoas de olho protestando, como essa galera da ocupação, os que os apóiam, e todos os estudantes em geral, desse Brasil todo.

Como eles disseram: "Quem foi que disse que sumiu? Aqui está o movimento estudantil".

Ato de 31 de Maio


quarta-feira, 30 de maio de 2007

Colo

Às vezes fico muito mal depois de ler as notícias... Agorinha, por exemplo. Vi duas fotos de um monte no Tibet, uma de 1968 e outra de hoje; é impressionante como a quantidade de neve regrediu. E então vejo que na Índia (em Bombaim) pássaros têm caído de exaustão por voarem longas distâncias sem ter árvores para pousar. Em São Paulo, um morador de rua é encontrado morto pela manhã, numa calçada do centro, provavelmente devido ao frio dessa madrugada. Enquanto isso, Renan Calheiros vê a discussão de seu caso adiada (e sabe-se lá no que vai dar isso, não é... José Dirceu está "sossegado" até hoje). Isso tudo se alia ao frio cortante que está fazendo nessa cidade. Esse é um dos dias em que perco as forças completamente. Preciso de colo :(

Bewitched, bothered and bewildered

Im wild again, beguiled again
A simpering, whimpering child again
Bewitched, bothered and bewildered - am I

Couldnt sleep and wouldnt sleep
When love came and told me, I shouldnt sleep
Bewitched, bothered and bewildered - am I

Ill sing to him, each spring to him
And long, for the day when Ill cling to him
Bewitched, bothered and bewildered - am I

(cole porter?)

terça-feira, 29 de maio de 2007

Ocupação

E a reitoria da USP foi OCUPADA, não invadida. Pois só podemos invadir algo que não é nosso - e a universidade é, sim, dos estudantes também.

Aproximação

Eu queria conseguir me aproximar mais de algumas pessoas. Com umas, eu queria ter mais oportunidades; a outras, gostaria de dar mais oportunidades.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Só para confirmar

Na Constituição Federal, em especial no artigo 207, está escrito que “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.

Mobilizar, eis a questão

É difícil fazer certas coisas sozinho. Mas também é bem difícil fazer em grupo. E quanto maior o grupo, dependendo do que for, mais complicado vai ficando... Hoje passei na assembléia dos estudantes na USP para ver o que houve na tal reunião entre comissão de estudantes, secretário da justiça de São Paulo e representantes de outras organizações, como Sindicato dos Funcionários da USP. E lá, no meio do pessoal, comecei a pensar nessas coisas. Eu estava sentada ouvindo. A meu lado, somente pessoas estranhas, sobre as quais não sei nada, nem mesmo o que acham da ocupação. Uns fumavam, outros comentavam o que estava sendo dito pela mesa, um clima geral tranqüilo, com a grande maioria prestando atenção. Mas quem realmente faz alguma coisa? Eu estava lá, mas fazer mesmo, não faço nada. Dos que estavam na assembléia acho que a maioria também dá um "apoio moral". E se formos ver isso comparado ao número total de estudantes da USP, não é nada. E então lembrei-me de Lênin. Não vou entrar no mérito do que resultou a Revolução Russa após alguns anos, o que virou o Partido nas mãos de Stalin, na deturpação de grande parte das idéias iniciais... Mas o cara conseguiu (claro que não sozinho) mudar um país! E do tamanho da Rússia! Hoje passei a realmente admirar Lênin. Não sou uma especialista em sua vida e obra para argumentações mais profundas. Mas pelo menos o poder de mobilização ele tinha. Na verdade, estou usando a figura dele para representar os que iniciaram esse movimento e o fizeram crescer, a Revolução Russa. É admirável levar um certo número de pessoas a praticar algo concreto que gere mudanças tão profundas como no regime econômico de um país. Não só para o bem, para o mal também. Tanto que, apesar da escuridão de suas intenções e crenças, Hittler também é outro que preciso aplaudir quando o caso é mobilizar pessoas. Não é fácil... Em uma discussão com 1 amigo ou amiga, 2 que seja, perco a paciência após algum tempo, desisto de argumentar e digo "ah, tudo bem; continue achando o que você acha então, deixa para lá, vamos mudar de assunto"... Não consigo me imaginar tentando convencer mil, muito menos milhões!! Admiro quem tem tal capacidade, e rezo para que essas pessoas usem cada vez mais para o bem geral. As palavras são coisas muito perigosas nas mãos erradas, tanto quanto as bombas...

Verso breve

Ah, como pôde?
Tirou de mim
toda a língua portuguesa.
E agora para escrever meus versos
só uma palavra restou-me:
você.

domingo, 27 de maio de 2007

Sim

Algumas noites trazem surpresas muito boas.
Essa música me lembrará a última.



SIM - Cartola

Sim,

Deve haver o perdão
Para mim
Senão nem sei qual será
O meu fim

Para ter uma companheira
Até promessas fiz
Consegui um grande amor
Mas eu não fui feliz
E com raiva para os céus
Os braços levantei
Blasfemei
Hoje todos são contra mim

Todos erram neste mundo
Não há exceção
Quando voltam a realidade
Conseguem perdão
Porque é que eu Senhor
Que errei pela vez primeira
Passo tantos dissabores
E luto contra a humanidade inteira

Depois de algumas VIII

Nossa... muita vodka e nenhum tédio às vezes faz a cabeça doer...

sábado, 26 de maio de 2007

Ainda sobre as universidades

"...Quando se olha a universidade de forma muito utilitária perde-se de vista que a missão fundamental da universidade é fazer avançar o conhecimento e educar os estudantes. Essas atividades são relevantes em si. Não temos de ficar perguntando para que serve a aquela pesquisa, que problema ela vai resolver. Que utilidade tem descobrir que a idade do Universo é 13,7 bilhões de anos? Se procuramos utilidade disso em termos de geração de empregos, não vamos achar.
Responder a perguntas sobre a literatura, por exemplo, apenas a academia pode fazer. Nenhuma indústria vai querer estudar isso. A universidade no Brasil precisa recuperar a convicção, que já teve um dia, de que avançar o conhecimento e educar bem os estudantes é a contribuição que a sociedade espera dela. As pessoas, depois, podem ser usadas tanto na indústria quanto nos institutos públicos."

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp e ex-reitor da Unicamp, em entrevista à Folha Ciência.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Cadê o governador?

Muito boa essa... Do Conversa Afiada:

SERRA – CADÊ O GOVERNADOR ?

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 416


. Abriu-se a cratera da Linha 4 do metrô – e cadê o governador ?

. Estudantes tomam a reitoria da USP – e cadê o governador ?

. Funcionários da USP aderem aos estudantes e entram em greve – cadê o governador ?

. Professores da USP aderem à greve dos estudantes e dos funcionários – e cadê o governador ?

. Entre estudantes, funcionários e professores, 10 mil pessoas tomam a Avenida Paulista, o coração da cidade de São Paulo, para protestar contra o governador – e cadê o Governador ?

. Professores tentam entrar na Assembléia Legislativa para protestar contra reforma da Previdência do Estado de São Paulo, e se chocam com a Polícia – e cadê o Governador ?

. Deve estar ao telefone com os editores da Folha, do Estadão, do Globo e da Veja para administrar a cobertura dos acontecimentos.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Mais sobre A USP

Retirei essa reportagem da Folha Online. Sou a favor dos protestos contra os decretos do Serra. Não tenho certeza sobre a ocupação da reitoria. Talvez não acabe bem essa história (mas espero que isso não aconteça). Será que uma outra forma de pressionar não seria melhor? Acampar na porta da reitoria, por exemplo, o que não implicaria questões judiciais como a tal reintegração de posse. Mas não sei... Minha veia política não é muito forte sob esse aspecto militante. De qualquer forma, estou do lado dos estudantes - ou seja, do meu lado também. E creio que a sociedade deveria estar, como diz bem o Professor Antônio Carlos Robert Moraes no artigo abaixo.


ARTIGO


Em defesa da Universidade de São Paulo

ANTONIO CARLOS ROBERT MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quando o atual governo do Estado de São Paulo decidiu promulgar um decreto alterando a estrutura das universidades públicas estaduais, gerou a possibilidade da crise que agora vivenciamos. Tal medida não constava do programa de governo apresentado pelo candidato a governador, nem foi levantada em sua campanha eleitoral. Por isso surpreendeu a comunidade uspiana, inclusive aqueles que nele votaram.
Para utilizar uma expressão popular, foi uma medida "tirada do bolso do colete", incidindo em uma área da administração pública estadual que, comparativamente, não apresentava grandes problemas. Ao contrário, a USP permanecia com a sua produção acadêmica de qualidade e estava expandindo vagas. Cabe assinalar que, para uma proposta que visava "aprimorar" o sistema universitário paulista, a medida continha grandes lacunas e imprecisões, como ficou bem demonstrado nas alterações posteriormente realizadas pelo próprio governo estadual, e nas dúvidas que persistem sobre suas atribuições até o momento.
Em face ao quadro descrito, e dada a omissão dos dirigentes da USP que não se manifestaram quando da publicação do decreto, instalou-se um clima de insatisfação na comunidade uspiana. Tal terreno possibilita atitudes radicais e mesmo impróprias, como a invasão do prédio da reitoria por um grupo minoritário, que se manifestou como "vanguarda" política no processo.
Sem dúvida, essa ação desencadeou o debate que agora se trava, porém a atual situação de impasse, que persiste, é altamente lesiva à instituição. As atividades-fim de ensino, pesquisa e extensão são prejudicadas, e municia-se os interesses contrários à universidade pública com argumentos falaciosos, que passam à sociedade uma visão distorcida da vida universitária.
Órgãos de imprensa inescrupulosos fartam-se nessa situação, apresentando os docentes como uma corporação privilegiada e os alunos como rebeldes irresponsáveis. Esta visão deturpada e intencionalmente dirigida para a destruição de um bem público não releva os enormes serviços prestados pela USP ao longo de sua existência. Todo o sistema universitário brasileiro lhe tem como matriz geradora de quadros especializados e como referência institucional.
A pesquisa de excelência ali praticada, responsável por quantidade considerável da produção humanística e científica nacional, se expressa desde a geração de patentes de remédios de suma importância para a saúde humana até a elaboração de interpretações básicas para o entendimento de nossa história, desde o desenvolvimento de tecnologias vitais para o país até a reflexão sobre posicionamentos que aprimoram a nossa sociabilidade.
Além disso, cotidianamente, a universidade presta diversificados serviços à população, seja no campo do atendimento médico, da elaboração de laudos técnicos, de difusão da cultura, entre outros. Enfim, seria longa a lista dos benefícios que a universidade cria para a sociedade que a mantém. Pequeno é o seu custo em comparação com outras aplicações dos recursos públicos.
Por essa tradição já consolidada, a Universidade de São Paulo não pode ser colocada na "bacia das almas" do jogo de interesses mercantis, partidários ou político-eleitorais. A sociedade paulista tem de defender este seu patrimônio, lutando pela manutenção de sua autonomia, de sua independência administrativa e de pensamento. O que não significa falta de transparência na prestação de contas (como parece sugerir o discurso governamental).


ANTONIO CARLOS ROBERT MORAES é professor-titular do Departamento de Geografia da FFLCH, foi secretário da Adusp e representante dos professores-assistentes e dos professores-doutores no Conselho Universitário da USP

Dia de Chuva

Hoje está um friozinho gostoso, e a chuva não pára de cair...
De leve, deixando a rua molhada e as pessoas para dentro.
Tempo bom para coberta, sopa ou chá,
filme ou música, abraço ou beijo.
Olho para fora e o céu está cinza,
perfeito para um pianinho...
Toquei um pouco e deu é vontade de ouvir.
Será coincidência tantos grandes compositores
terem vivido em lugares frios?
Esse clima combina com uma certa tranqüilidade,
uma certa paz, um ensimesmar-se,
para o que a música clássica cai tão bem.

Chuvinha leve assim, como hoje, para mim,
combina perfeitamente com essa peça de Liszt:
Consolation nº3 em Ré# Maior.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Aborto

Um pouco atrasada, mas vai... É que acabei de ver uma enquete perguntando se eu era a favor ou contra a liberdade para a realização do aborto. Há algum tempo, eu pensava que era uma questão de crença religiosa (para mim) e que eu não podia desejar que outras pessoas tivessem a mesma crença que eu. Logo, eu era a favor de que a decisão sobre o aborto ficasse a critério individual. Mas depois passei a pensar da seguinte forma: sou contra tirar a vida de outro ser humano, a Constituição Brasileira é contra isso, tanto que homicídio é crime! Para mim, particularmente, deixar a cargo de cada um escolher se deve ou não fazer um aborto equivaleria, então, a concordar que estaria a cargo de cada um escolher se deve ou não matar outro ser humano. Isso ultrapassa, a meu ver, a questão religiosa. A vida existe desde a concepção, sendo que defendo isso não com base religiosa, mas por minhas crenças científicas (siiiim, acho que o mundo científico também nos exige "crer"). O ser já começa ali. "Ah, mas então cada espermatozóide e cada óvulo é uma possibilidade de vida". Mais ou menos. Se esses dois ficarem nos corpos de seus "donos" para sempre, sem nenhuma interferência, eles jamais virarão um novo ser!! Mas a partir da fecundação (desde o primeiro segundo, desde a junção entre os gametas masculino e feminino), não havendo interferência estranha ao processo, um ser humano vai crescer; não é "potencial". É certo. Existem, obviamente, casos e casos ímpares, como abortos expontâneos e outros que impossibilitam o desenvolvimento desse novo ser. Mas não há como negar que a partir do momento em que um óvulo é fecundado, sabemos que ali há uma vida, mesmo que ainda em desenvolvimento. Que direito temos de interrompê-la? Afinal, em que fase de nossa existência não estaremos mais "em desenvolvimento"? Sabemos definir o que é a vida humana, o que nos torna homens? Por esses motivos racionais sou totalmente contra o aborto. Isso para não falar dos meus motivos espirituais - coisas que prefiro deixar para mim mesma, porque como já disse antes, não acho que nesse universo ninguém mais é obrigado a concordar comigo. Enfim... aborto para mim é como qualquer ato de homicídio: um ser tirando a vida de outro. E com isso não posso concordar.

Um tributo

No post de 4 de março, falo de uma cena de Ed Wood com Bella Lugosi - para mim uma das mais bonitas que há. Ela me inspirou hoje esse poema:


Um tributo

O que será ver que o tempo passou?
Sentir o perfume da vida se esvair,
deixar a flor cair,
ter poucos passos a dar...
O que será respirar
nos dias que já não passam
e na noite que é a amiga
das horas de solidão?
O que será perceber
que o mundo continua a pulsar
enquanto a própria alma
é cada vez mais calada,
apesar de ter tanto a dizer?
O que será ver no espelho
alguém que não se conhece,
sentir que para trás ficaram
as horas mais belas,
o brilho no olhar,
e ter consigo apenas
lembranças marcadas no rosto
e revisitadas na mente?
O que será ter a calma de quem muito viveu
e a pressa do pouco tempo que resta?
Ver o mundo com olhos sóbrios,
tentar pegá-lo com as mãos trêmulas,
andar por ele com passos curtos
e saber que somos um sopro que passou,
mero pó num mar de areia?
O que será saber que a hora se aproxima
e ter na mente formulados
os últimos pensamentos,
os últimos suspiros?
Deve ser colher uma flor,
aspirar com amor seu perfume
e, então, lentamente, deixá-la cair.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Sem palavras

Hoje me sinto para Carlos Gardel.
Às vezes perco as palavras
e só algumas músicas conseguem recuperá-las.


VOLVER

Yo adivino el parpadeo
de las luces que a los lejos
van marcando mi retorno.
Son las mismas que alumbraron
con sus palidos reflejos
hondas horas de dolor.
Y aunque no quise el regreso,
siempre se vuelve al primer amor.
La vieja calle donde el eco dijo
tuya es su vida, tuyo es su querer,
bajo el burlon mirar de las estrellas
que con indiferencia hoy me ven volver.

Volver... con la frente marchita,
las nieves del tiempo
platearon mi sien.
Sentir... que es un soplo la vida,
que veinte años no es nada,
que febril la mirada,
errante en las sombras,
te busca y te nombra.
Vivir... con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
o que lloro otra vez.

Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida.
Tengo miedo de las noches
que pobladas de recuerdos
encadenan mi soñar.
Pero el viajero que huye
tarde o temprano detiene su andar.
Y aunque el olvido,
que todo destruye,
haya matado mi vieja ilusion,
guardo escondida una esperanza humilde
que es toda la fortuna de mi corazón.

Volver... con la frente marchita,
las nieves del tiempo
platearon mi sien.
Sentir... que es un soplo la vida,
que veinte años no es nada,
que febril la mirada,
errante en las sombras,
te busca y te nombra.
Vivir... con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
que lloro otra vez.

domingo, 20 de maio de 2007

Encontro feminino

Ontem fizemos um chá de lingerie/despedida de solteira de uma amiga. Divertidíssimo! É impressionante quanta besteiras podemos falar quando só mulheres se reúnem (não que não falemos em outras ocasiões!...). E minhas amigas são especialmente divertidas. Fico feliz demais por tê-las conhecido!

sábado, 19 de maio de 2007

Um pedaço de música

So if you're lonely
You know I'm here waiting for you
I'm just a cross-hair
I'm just a shot away from you
And if you leave here
You leave me broken
shattered I lie
I'm just a cross-hair
I'm just a shot then we can die
I know I won't be leaving here
With you

(bom é ouvir essa parte na versão do Magic Numbers...)

Depois de algumas VII

Antes morrer de vodka do que de tédio.
E com tequila para ajudar,
fica mais fácil ainda.
Fazia tempo que eu não acordava
com essa frase na cabeça... ;)



sexta-feira, 18 de maio de 2007

E Serra x Universidades

Matéria retirada do site Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorin. Foi uma das melhores que li até agora: breve, incisiva, clara.



SERRA QUER OS R$ 5,5 BI DOS REITORES

Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 398

. O primeiro ato do presidente eleito José Serra, ao assumir, provisoriamente, o Governo de São Paulo, foi passar a pá em todas as verbas à vista e reuni-las sob seu arbítrio pessoal, exclusivo.

. Como o presidente eleito conta com o apoio irrestrito da mídia conservadora (e golpista), especialmente a de São Paulo, ele achou que ninguém ia perceber que tinha tirado a autonomia das universidades estaduais.

. Como ?

. Com dois mecanismos que tinham a sutileza de um elefante:

. 1º. – nomear um Secretario do Ensino Superior, que passaria a mandar no Conselho de Reitores.

. 2º. – não deixar os reitores mexerem nas verbas, cuja fatia mais grossa provém de 9,57% da arrecadação de ICMS.

. Como Serra não se formou nem em engenharia nem em economia na USP, para ele tanto faz que a universidade paulista tenha ou não autonomia.

. Qual é a estratégia de médio prazo do presidente eleito ?

. Tomar conta do dinheiro das universidades – e ele já começou a espalhar na imprensa (?) que são universidades ineptas – e colocar num mesmo bolo central, que ele possa usar para a campanha da posse na Presidência em 2010.

. É só uma formalidade assumir a Presidência em 2010, mas, mesmo assim, vai precisar de dinheiro.

. A campanha publicitária do Governo de São Paulo, para a felicidade da mídia conservadora (e golpista), vem aí !

. Segundo a Folha de S. Paulo de hoje, página C1 (clique aqui para ler “reitores agora dizem não ver risco à autonomia”), o Secretário da Fazenda disse que o Governo pretende definir, “em entendimento com os reitores, um regime adequado de remanejamento de dotações orçamentárias, que atenda às peculiaridades de sua organização”.

. Isso, a rigor, não significa nada: muito menos respeito à autonomia das universidades.

. Ou é possível imaginar que os reitores sejam capazes de resistir a um “entendimento” com Serra sobre como remanejar as dotações orçamentárias ?

. Os reitores (clique aqui para ler o que diz o presidente do Conselho de Reitores) parecem usar uma tática bastante interessante: pegar o Secretário da Fazenda pela palavra e entender que a frase ambígua – “em entendimento” – é uma garantia indiscutível da autonomia das universidades.

. Acredite se quiser.

. Como na cratera do Metrô, Serra ganha tempo, porque conta com o apoio da imprensa – com a Folha de S. Paulo à frente.

. Ele precisa esvaziar a greve de estudantes e funcionários da USP.

(Clique aqui para ver o vídeo que mostra a situação da greve, ontem, na USP).

. A própria Folha lembra que o Secretario de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, disse, segunda feira: “certos remanejamentos, que mudem dinheiro de um item econômico para outro, precisam de autorização do Governador.”

. No jornal de hoje, quatro dias depois, Pinotti, explica que podia ter “se expressado mal”, e que a providência entraria em vigor em 2008.

. Quer dizer, em 2008 não tem conversa: para pegar dinheiro do custeio e comprar um astrolábio, o Governador (presidente eleito) tem que aprovar.

. No caso do controle do Conselho de Reitores, o presidente eleito recuou.

. Isso não tem importância. Era uma formalidade.

. O problema do presidente eleito é que ele acha que as universidades de São Paulo têm dinheiro demais.

. E ele quer controlar esse dinheiro.

. E se Serra é o Serra que se conhece, os reitores podem ter certeza: Serra quer os 9,57% do ICMs (*) que hoje vão para as universidades.

. E lá na frente, bem depois da linha do horizonte, já se sabe o que Serra e Pinotti querem (pelo que fizeram os tucanos no poder): privatizar o ensino.

(*) - A divisão é assim: 5,2% do ICMS para a USP; 2,3% Unesp; e 2,1% Unicamp. 9,57% do ICMS dão R$ 5,5 bilhões, com base na arrecadação do ICMS de 2006. É uma fortuna ! Dá para imaginar o presidente eleito se conformar com a idéia de que três reitores possam administrar R$ 5,5 bilhões, sem consultá-lo ? E as universidades ainda ousam propor aumentar isso para 11,6% do ICMS ...

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Blue Moon




















A expressão once in a blue moon
é usada
para descrever algo
que ocorre muito raramente.
Astronomicamente, ela é a segunda lua cheia
que ocorre
num mesmo mês do calendário.
Como são aproximadamente
29,5 dias entre
duas luas cheias,
de vez em quando a lua cheia
ocorre
no primeiro ou segundo dia do mês,
e uma segunda lua cheia ocorre
no 30o
ou 31o dia do mesmo mês.
Com base no Tempo
Universal,
junho este ano ostenta uma lua azul.
A primeira lua cheia ocorre à 1h04 min
de 1o
de junho,
enquanto a segunda se manifesta à 1h49 min
de 30 de junho.
Mas a mídia certamente vai atribuir
a lua azul a maio, porque a lua cheia de 1o de junho
vai ocorrer às 22h04 min
do dia 31 de maio,
a segunda
lua cheia desse mês. (retirei daqui)


A lua sempre influenciou muito a vida do ser humano.
A minha não seria diferente! Em toda Blue Moon me vem uma sensação
de que algo bom vai acontecer... Será influência da música? ;)

Greve e dólar

Hoje parece que vai ser um dia de greve estudantil (acabei de ver num informe por email, ainda preciso confirmar). Ontem os funcionários da USP começaram sua paralização. Na próxima quarta, os professores decidirão se entram ou não em greve. E tem ainda a greve no Ibama, no Metrô de SP e sei lá mais onde... O que isso quer dizer? Será que só esses que estão entrando em greve estão insatisfeitos? Acho que o país todo está.

Enquanto isso, o dólar despenca porque o Brasil tirou "BB+" (é isso?!!?) numa avaliação internacional dos riscos de investimentos aqui; a negada lá de fora "investe" no país porque a taxa de juros é maior que quase todos os outros lugares do globo e essa chuva de dólares faz sua cotação cair ainda mais; as importações ficam mais baratas; a indústria nacional vai sofrer e talvez pessoas percam emprego; nada que tem o preço atrelado ao dólar diminui de valor (mas sempre aumenta quando o dólar aumenta!!); o $$ que os investidores estrangeiros ganham vai todo embora, não é aplicado em indústria, mas em rendimentos (ou seja, não produz nada para o país); os bancos certamente se dão bem; quem quer viajar para o exterior ama - mas quem é que pode viajar pro exterior? Classes mais altas, né...

Será que daqui a 50 anos as coisas vão estar como?

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Mãos dadas

Às vezes andamos de mãos dadas,
mas então eu solto a sua
ou você solta a minha,
e atravessamos a rua
em busca de outras coisas;
eu sinto o vento no rosto,
sinto outros lábios no ouvido,
sinto o dia amanhecer
e vejo o outro lado vazio.

Então sinto sua falta,
e isso não sei se é amor,
mas é algo aqui dentro
que me faz voltar sempre
e querer segurar sua mão.

Às vezes andamos de mãos dadas,
mas então cada um vai para um lado
e andamos em calçadas opostas,
tentando achar novos rumos.
E eu vejo estranhos passarem,
eu faço novos amores,
encontro novas esquinas,
mas sempre lembro da nossa.
Aquela onde sua mão
segurou a minha tão forte,
naquele segundo último
antes de começarmos tudo outra vez.

Então sinto sua falta,
e isso não sei se é amor,
mas é algo aqui dentro
que me faz voltar sempre
e querer segurar sua mão.

Parabéns : para o bem

Nessa semana aprendi a origem da expressão "parabéns". Segundo um professor, ela resume milhares de anos da doutrina católica, na época que conhecemos como Idade Média. Segundo seu pensamento, tudo pode ser usado para o bem ou para o mal. Então se, por exemplo, um político vence uma eleição, damos a ele "parabéns", dizendo, no fundo, que ele use essa conquista "para o bem". Se alguém completa aniversário, dizemos parabéns, que essa pessoa viva (mais outro ano etc) "para o bem".

Gostei disso.

Nosso querido governador de SP...



















... veio com tudo.



As universidades estaduais que o digam.
O pior é que as opções de voto, fora ele,
foram Mercadante e Quércia. Assim fica difícil.

(foto retirada do UOL Últimas Notícias)

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Música da semana

Passei os últimos dias com essa música na cabeça...
Cartola mostrou que a poesia não exige estudo, mas sentimento.


O mundo é um moinho

Ainda é cedo, amor
mal começaste a conhecer a vida
já anuncias a hora de partida
sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida
embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco a tua vida
e em pouco tempo não serás mais o que és

preste atenção, o mundo é um moinho
vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
vai reduzir as ilusões a pó...
Ouça-me bem, amor

Preste atenção, querida
de cada amor tu herdarás só o cinismo
quando notares estás à beira do abismo
abismo que cavaste com teus pés

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Câmara dos Deputados aprova aumento de salário de 28%

Foi aprovado, em votação simbólica na Câmara, o aumento de 28,53% no salário dos deputados federais, passando de R$ 12.847,20 para R$ 16.512,09. Além da elevação dos vencimentos de Lula, do vice-presidente José Alencar e dos 37 ministros de Estado. O do presidente passará para R$ 11.420,21, vice e ministro ganharão R$ 10.748,43.

Foram 10 horas de sessões extraordinárias, que tiveram muitos desentendimentos. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que a Câmara gasta excessivamente com viagens, o que causou irritação do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que gritou: “Mentira!”

O custo de cada deputado está passando dos R$ 100 mil, considerando salário, passagens aéreas, auxílio-moradia, escritórios, locomoção e comunicação. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Senado.

Retirado de www.diegocasagrande.com.br

terça-feira, 8 de maio de 2007

Pergunta

É engraçado: geralmente é durante ou após as aulas que me vêm um assunto para um post. Podemos aprender com a ignorância?

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Universidade Pública em risco?

Acabo de chegar da aula; hoje terminou mais cedo e aproveitei para passar na reitoria, onde está havendo a ocupação pelos estudantes. Eles reivindicam algumas coisas importantes, entre moradia, assistência médico-odontológica etc, mas o principal se relaciona aos tais decretos do Serra. Havia alguns professores no local expondo prós e contras da ocupação, manifestando apoio e também dando conselhos... Enfim, um "bate-papo" com microfone para que todos pudessem ouvir.

Realmente a situação é grave, pois como se não bastasse a falta de verbas que já conhecemos há tempos, agora esses decretos ferem totalmente a autonomia da Universidade de São Paulo, bem como Unicamp e Unesp. Resumidamente (e dentro do pouco que sei), para qualquer decisão a USP precisará se reportar a essa Secretaria do Ensino Superior (acho que é esse o nome) para aprovação; ou seja: para contratar professores, para reformas, para comprar papel ou clipes. Para tudo.

Isso não significa só lentidão nesse processo, mas um recadinho de que as universidades públicas precisam "se virar" para conseguir suas verbas, que não contem tanto assim com o governo de agora para frente, pois este não vai simplificar as coisas. E, seguindo esse raciocínio, onde as universidades conseguiriam essas verbas? "Ah, com parcerias com empresas privadas, por exemplo". Bom, pode ser, mas a liberdade de pesquisa fica comprometida, pois não é todo dia que encontra-se uma boa alma disposta a financiar uma pesquisa de base sem nenhum resultado financeiro à vista nem a longo prazo. Isso para começo de conversa.

Tem muitas coisas envolvidas além disso, como a burocracia total na própria USP, independentemente de qualquer decreto. Pra começar, os estudantes não participam da escolha do cargo de reitor. Pelo que entendi, os diretores de cada unidade (da FEUSP, da FEA, da ECA, da POLI etc), que são uns 90 e poucos no geral, votam e definem uma lista tríplice, e dessa lista acho que o governador (ou o Conselho de Educação...) escolhe o nome. Parece coisa de Idade da Pedra. Inacreditável, questionável e nada democrático. Afinal, a Universidade é tanto dos professores quanto dos alunos (quanto da sociedade que não está lá dentro).

Bem, a coisa está complicando, e algo com o qual vi todos concordarem até agora é o fato de que em muuuuitos anos ninguém viu um ataque tão atroz à Universidade Pública - desde a ditadura. Parece que a saída mais provável - pelo menos como forma de protesto e tentativa de mobilização da sociedade - será uma greve geral. Para mim individualmente não seria bom, mas concordo que está ficando tudo errado por demais, não há muita escolha mesmo. Até porque ninguém está comentando o assunto: nem jornal, nem amigos nem nada. Ou seja, vai ser preciso uma atitude radical para chamar atenção de todos. Espero que as coisas se encaminhem. Não sou uma pessoa muito participativa nessas mobilizações, mas vou acompanhar e tentar participar em pelo menos alguns momentos.

Ai ai... muita coisa, muita coisa acontece nesse mundo. Sei se tem jeito não, viu...

Novo músculo

Conversando com minha prima querida descobri um novo músculo no corpo masculino: o pânceps! Sinceramente, prefiro um pânceps e uma mente forte que bíceps-tríceps-etcéteris e nada para compartilhar. Mas também não quero dizer que não tô nem aí para o visual - estaria mentindo se o dissesse. Só digo uma coisa: essa coisa de beleza é muito relativa. E ainda bem!

Um post meio down :[

Queria falar sobre os decretos do Serra, sobre a burocratização de uma universidade que já é burocrática por demais, como a USP; e sobre a situação das universidades no país todo, totalmente sucateadas, abandonadas, empurradas cada vez mais para uma privatização (pois é...); queria falar da maldita imprensa desse país que faz muitas vezes uma cobertura totalmente parcial dos fatos; queria falar sobre esse troço na França: o cara da direitona venceu as eleições! Sobre a descoberta da maior jazida de petróleo na China dizendo que eles não querem saber de aquecimento global; sobre nós acharmos que também não temos nada a ver com isso pois o Brasil não polui tanto assim...; queria falar de amor, de ódio, de muita coisa. Mas estou me sentindo sem forças esses dias. Sei lá... uma depressãozinha baixou no meio de tantas más notícias. Às vezes dá um desânimo... a gente não sabe nem por onde começar. Muita coisa errada, muita coisa. O que eu disse a alguns amigos com quem conversei nesse fim-de-semana foi: "pelo menos daqui a alguns bilhões de anos tudo vai acabar mesmo, a Terra vai estar próxima demais do Sol e vai explodir etc etc". E aí me dizem que encontraram um planeta fora do sistema solar com temperatura entre 0 e 40 graus. E aí, isso é uma boa ou uma má notícia?

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Balão

Chegou a hora de abrir a mão,
soltar os dedos, largar a corda
e deixar o balão voar.
Ele vai subir, subir, subir,
vai se tornar um ponto no céu
e sumirá no azul.

Ficarei olhando aqui de baixo,
talvez com olhos marejados,
e o aperto que estava em minha mão
sentirei no peito.

Mas pelo menos verei um ponto no céu.
Um ponto final.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

E me lembrei de que...

... li não sei onde sobre a importância excessiva que damos à palavra.

Deve ter sido em algum treco de filosofia. Mas concordo, muito. Ainda mais com nossa belíssima língua portuguesa, que nos tenta a ficar falando, falando, falando... Mas, sinceramente, os atos deveriam contar muito mais.

Isso vai desde política (num país de discursos empolgantes, promissores e corretos, mas com pouca ação concreta no exercício do dever) até amor (pois é fácil falar que amamos mas complicado agir com esse amor...).

O velho ditado é muito sábio: faça o que eu digo mas não faça o que eu faço. E o pior é que às vezes estamos tão acostumados ao blá blá blá que um ato incisivo assusta.

Essa é uma nova tentativa minha a partir de hoje: comunicação mais através de atos que de palavras. Será que consigo? ;)

Ainda é maio

Dia de sono... E uma certa tristeza; é que sinto o inverno cada vez mais próximo. Hoje o vento está frio, apesar do sol. E meu espírito sempre acaba hibernando um pouco nesses meses. Um dia acabo mudando para mais perto do Equador, para ter meu querido sol o ano todo, e com ele muito calor.

Ainda bem que não nasci no norte, na neve, nos dias curtos.

Ao contrário do que alguns costumam dizer - que a necessidade de se inclausurar leva o homem a se dedicar mais ao pensamento - eu penso mais no calor. Acho que, tirando dormir, faço mais de tudo no calor.

E ainda é maio... :(

terça-feira, 1 de maio de 2007

O trabalho

E escrevendo o post anterior, lembrei que hoje é o Dia do Trabalho - 1º de maio. Dizem por aí que o "o trabalho dignifica o homem". Bom, posso até concordar se estivéssemos em outra sociedade. Mas atualmente, o trabalho, para mim, se tornou escravidão. Posso usar o termo escravidão branca?? Bom, é que nascemos, crescemos, amadurecemos ouvindo que precisamos nos preparar, estudar, fortalecer para competir com os outros no campo de batalha que e o "mercado de trabalho"; e se não formos "os melhores" não seremos ninguém; sim, pois nesse sistema, quem não produz não tem valor. E temos que encarar os demais como adversários potenciais a nossa escalada rumo ao degrau mais alto almejado por todos. Ou apenas nos submeter às condições mais ridículas para simplesmente conseguir comprar alimento para a família ou ter um teto ou ter o mínimo conforto tal qual água quente e tv. Isso é dignificar???? Desde quando??? Isso é se rebaixar a "coisa", a mero "instrumento". E o que se ganha em troca? Uma migalha do que se chama salário, que não dá pra nada, apenas cala a boca das pessoas que seguem sua vida achando que têm que estar muito felizes por "pelo menos ter um emprego". O ser humano é mais que isso. Não é comer, dormir e trabalhar, como faz grande parte da população mundial. E o resto??? E viver? E pensar sobre a vida, apreciar artes, produzir conhecimento, divertir-se, sorrir? É triste ver, por exemplo, nas promessas de nosso atual presidente: emprego e fome zero. As pontas de lança de sua campanha. O que isso quer dizer??? Que é isso que as pessoas querem? O que há com a humanidade??? O que há com o brasileiro para se contentar com isso??? E o brasileiro não é o "povão" só. São pessoas que todos nós conhecemos e convivemos. O brasileiro sou eu. Somos nós - que nos submetemos a fazer coisas que não gostamos, nas quais não acreditamos, recebendo por isso o que não achamos justo e ainda assim não conseguimos dizer "chega". O trabalho realmente deveria dignificar o homem, pois através dele, principalmente, nos diferenciamos de outros animais por conseguirmos compartilhar o aprendizado e melhorar sua qualidade e suas condições; o trabalho uniu o homem na formação das primeiras sociedades. Mas não. Isso não é o que tenho visto. O que encontro é uma divisão "cada um por si e ninguém por todos".

Talking to myself

Se eu pudesse saber o que vai ser... Pela primeira vez em muito tempo não estou impelida a tentar. Medo? Talvez, mas acho que não. Acho que é mais por não acreditar de verdade. Não acredito de coração, mas realmente desejo de coração. E é difícil me desvencilhar... arrasto uma história com impressão de monólogo. Mas eu continuo querendo saber como seria. Algo insiste em me dizer que seria bom, sim...

"You say good bye and I say hello".