segunda-feira, 28 de maio de 2007

Mobilizar, eis a questão

É difícil fazer certas coisas sozinho. Mas também é bem difícil fazer em grupo. E quanto maior o grupo, dependendo do que for, mais complicado vai ficando... Hoje passei na assembléia dos estudantes na USP para ver o que houve na tal reunião entre comissão de estudantes, secretário da justiça de São Paulo e representantes de outras organizações, como Sindicato dos Funcionários da USP. E lá, no meio do pessoal, comecei a pensar nessas coisas. Eu estava sentada ouvindo. A meu lado, somente pessoas estranhas, sobre as quais não sei nada, nem mesmo o que acham da ocupação. Uns fumavam, outros comentavam o que estava sendo dito pela mesa, um clima geral tranqüilo, com a grande maioria prestando atenção. Mas quem realmente faz alguma coisa? Eu estava lá, mas fazer mesmo, não faço nada. Dos que estavam na assembléia acho que a maioria também dá um "apoio moral". E se formos ver isso comparado ao número total de estudantes da USP, não é nada. E então lembrei-me de Lênin. Não vou entrar no mérito do que resultou a Revolução Russa após alguns anos, o que virou o Partido nas mãos de Stalin, na deturpação de grande parte das idéias iniciais... Mas o cara conseguiu (claro que não sozinho) mudar um país! E do tamanho da Rússia! Hoje passei a realmente admirar Lênin. Não sou uma especialista em sua vida e obra para argumentações mais profundas. Mas pelo menos o poder de mobilização ele tinha. Na verdade, estou usando a figura dele para representar os que iniciaram esse movimento e o fizeram crescer, a Revolução Russa. É admirável levar um certo número de pessoas a praticar algo concreto que gere mudanças tão profundas como no regime econômico de um país. Não só para o bem, para o mal também. Tanto que, apesar da escuridão de suas intenções e crenças, Hittler também é outro que preciso aplaudir quando o caso é mobilizar pessoas. Não é fácil... Em uma discussão com 1 amigo ou amiga, 2 que seja, perco a paciência após algum tempo, desisto de argumentar e digo "ah, tudo bem; continue achando o que você acha então, deixa para lá, vamos mudar de assunto"... Não consigo me imaginar tentando convencer mil, muito menos milhões!! Admiro quem tem tal capacidade, e rezo para que essas pessoas usem cada vez mais para o bem geral. As palavras são coisas muito perigosas nas mãos erradas, tanto quanto as bombas...

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