sexta-feira, 29 de junho de 2007

Piedade

Acho que o sentimento que mais admiro não é o amor, mas a piedade. Pois creio que melhor que ter a capacidade de amar o próximo é ter a capacidade de se colocar em seu lugar.

Uma certa incerteza

A vida não é uma coisa imprevisível? Ontem tive uma notícia muito triste de uma amiga querida... Ela perdeu sua mãe há pouco tempo, de um modo totalmente inesperado. Faz pensar que em grande parte das vezes de nada adiantam os planos perante a fragilidade do que somos. É impossível saber quanto tempo estaremos nesse mundo, e talvez o melhor que tenhamos a fazer para lidar com essa incerteza é ficarmos cientes de que as pessoas não são nossas (como bem disse essa minha amiga) e não deixarmos a felicidade para daqui a pouco. Se um dia essas coisas vão fazer sentido, eu não sei; tendo a acreditar que sim. Enquanto isso, vou vivendo...

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Robin Hood: música

Retocando uma foto de minhas amigas que tiramos no casamento de uma delas, me lembrei de uma conversa que tive na festa sobre essa animação que adoro: Robin Hood. Ele é uma raposa, todos os personagens da história são bichos. E a cena que mais gosto é a de Robin Hood com a Marian num passeio pelo bosque. A música de fundo é uma graça! Acho que até tem um pouco a ver com meu post de hoje "Conversa com o tempo".

Love (ouvir)

It seems like only yesterday
You were just a child at play
Now you're all grown up inside of me
Oh, how fast those moments flee
Once we watched a lazy world go by
Now the days seem to fly
Life is brief, but when it's gone
Love goes on and on
Love will live
Love will last
Love goes on and on and on
Once we watched a lazy world go by
Now the days seem to fly
Life is brief, but when it's gone
Love goes on and on

Mas hein?

É, onde esse mundo vai parar!
Tem cavalo virando zebra, tem homem virando mulher,
tem comida virando roupa, tem gente virando bicho...
Essa foto é realmente fantástica.
E o melhor: parece que o caso foi acidental!

Conversa com o tempo

Ah, tempo ingrato...

Tanto leva quando te preciso rápido,
tanto passa quando lento te quero.
Insistes em ser-me o oposto do certo
para quem em ti espera um aliado.
Aqueles que sentem o peito aflorado
são os que sabem o quão és cruel
- fazendo durar os minutos de espera
e os de quimera queimando ao léu.

Ah, tempo devasso...

Desfazes meu traço com tanto desdém.
Desfias a linha que horas a fio
teci na esperança de atar o momento
e aumenta o frio de quem só quer bem.

Por que não me ajudas,
oh, tempo infame?
Por que não te mudas de areia a penedo
para não escapares tão fácil em meu dedo?
Assim eu seria sempre cantante
e de ti amaria cada vão instante,
não tendo a espera do amor prolongada
e sendo no amor por ti eternizada.

O ser feliz

Em uma aula de espanhol eu e minha professora conversamos muito sobre felicidade e tristeza. Foi uma ótima conversa! Vimos que temos algumas coisas em comum. Eu descobri, por exemplo, que tenho um grande talento, hehehe... O talento para ser feliz! É que a tristeza não me veste por muito tempo. Às vezes me pergunto se isso é insensibilidade. Nada de grave que acontece comigo ou com meus próximos me parece realmente tão grave assim. Nada costuma me derrubar por muito mais que 7 dias. Acho que daqui para frente quando ficar triste, comprarei uma rosa. E então quando ela murchar totalmente vou ver que está na hora de sorrir novamente!
Mas brincadeiras à parte, isso é algo que realmente me ocorre. Não tenho vocação para tristeza. Choro à toa, me sensibilizo com qualquer coisa, mas geralmente são coisas mais distantes de mim. Sei lá... "A matança das baleias", "a fome mundial", "o derretimento das neves no Kilimanjaro" (se é assim que se escreve...), "o mendigo que morreu no frio da madrugada"... Sempre acho, quando algo ruim me toca ou toca quem gosto, que isso vai passar logo, quem tem coisas muito maiores e piores com as quais se preocupar. Defesa? Loucura? Frieza? Não sei. Talvez um pouco de cada. Só sei que rir é um vício, e poucas coisas conseguem me afastar dele por muito tempo.
Mais do que gostar de viver, gosto de viver sorrindo. E para mim ser feliz é tão fácil quanto piscar os olhos. É só prestar atenção nas pequenas coisas que acontecem todo dia. Desde acordar e ver um lindo céu azul a dormir depois de uma noite perfeita. Talvez um dos passos para a felicidade seja não procurá-la tão lá no horizonte, mas no pé de si!

Obesidade e fome

Vi a chamada para uma entrevista na TV Cultura com uma nutricionista. Não lembro o programa, não lembro o nome dela também. Mas o pouco que ela disse me chamou atenção: "a obesidade é o excesso e a fome é a escassez".
E quais são os grandes problemas mundiais de hoje relacionados a alimentação? Pode se dizer que são essas epidemias - obesidade e desnutrição... Alguns comem mais do que deveriam e outros nem chegam perto do necessário. Não é ridículo? Coloque um norte-americano típico ao lado de um somaliano típico que vai ficar óbvio.
Chegamos a um patamar de desigualdade que é vergonhoso. E só para lembrar, o mundo nunca produziu tanto alimento em toda sua história. Mas grande parte dos grãos, por exemplo, vai para alimentação animal, que por sua vez vira carne de primeira exportada dos países mais pobres para os mais ricos. Ou podem ser queimados se o excesso na produção tende a empurrar os preços para baixo. É, pois o que fazer com esse excesso, né? Queimar...
Há também o desperdício, nosso desperdício do dia-a-dia... Quem não larga um restinho no prato? Quem não compra coisa demais no supermercado que acaba estragando na geladeira? E os preços? Uma cesta básica não cabe no orçamento de um grande número de pessoas no Brasil. Em países mais pobres acho que muita gente nem sabe o que é uma cesta básica.
Penso que o que comemos reflete muito o que somos, e os hábitos alimentares dizem muito de uma sociedade. Uns com tanto e outros com tão pouco...
E essa nutricionista respondeu, ao ser perguntada sobre que é ser nutricionista num país como o Brasil:
"É uma provocação."

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Também acho que foi vitorioso

Esse texto é da Carta Maior. Vem ao encontro do que penso sobre a ocupação de reitoria da USP, sobre a greve no geral. Não fui imparcial nas coisas que escrevi aqui sobre tudo isso. Muito pelo contrário: acho que fica claro que concordei com o movimento (e não foi só por eu ter voltado a ser estudante!). Foi muito bom vê-lo pipocar por universidades Brasil afora. Esse país está precisando agora é de um balde tamanho-Cinemark!

22/06/2007
USP: um movimento vitorioso

A greve e invasão da Reitoria da USP chega a seu final com vitória dos estudantes, funcionários e professores mobilizados pelos interesses públicos da universidade. Fazia tempo que um movimento dessa ordem não conseguia tanta adesão – das três categorias -, tanta repercussão política, tanta simpatia da população e, como resultado, uma vitória tão clara.

Seus participantes diretos estão de parabéns, deram uma lição de mobilização popular, de espírito de defesa da universidade pública, de criatividade de métodos de ação e de capacidade de negociação política – intermediados pela excelente comissão de professores que serviram como facilitadores. A USP, seus professores, estudantes, funcionários, tem que sair muito contentes e incentivados a seguir na organização e na luta pelo fortalecimento do caráter público da USP.

Grande parte das reivindicações internas à USP foram conseguidas, foi freado o projeto do governador de São Paulo para violar mais ainda a autonomia universitária, foi impedida a intervenção militar preparada pelo governo tucano no campus da universidade, foi chamada a atenção sobre a situação da USP e ficou claro que há força entre os estudantes, professores e funcionários, para defender os interesses da universidade. O que não é pouco em tempos de grandes desmobilização – em particular da juventude -, de ataques sistemáticos às universidades públicas – veja a violenta ação da polícia em Araraquara -, de ideologia da privatização do ensino, de mídia que desqualifica tudo o que é público, de desvalorização das mobilizações e das lutas de massa diretas.

O ódio concentrado da direita e de seus porta-vozes, a ação totalitária da mídia contra a mobilização servem para confirmar como ela tocou em um ponto sensível do neoliberalismo – a autonomia das universidades públicas – e como incomoda ao coro uniforme dos papagaios bushistas na imprensa oligárquica. Saem derrotados, uma vez mais.

É assim que se combate ao neoliberalismo. Com um Congresso como o do MST, em Brasilia, com 18 mil participantes fazendo um balanço sério e profundo das lutas pela reforma agrária e elaborando novo plano político e de massas para dar seguimento a suas lutas –que são as de todo o Brasil – e com mobilizações como a de 50 dias na USP. A ação desinformadora da mídia oligopólica, o enfoque redutivo nos escândalos no Congresso, a desqualificação de tudo o que não seja neoliberal – saem derrotados dessas mobilizações. Querem demonstrar que as lutas não valem a pena, que estão derrotados de antemão, que não há força contra o poder do dinheiro e o do monopólio da palavra que pretendem exercer.

Quando as lutas unificam, fortalecem a confiança em todos de que governos prepotentes como o de São Paulo podem ser derrotados, que as mobilizações populares previsam ser revigoradas, com uma nova plataforma anti-neoliberal, que articule reivindicações dos mais amplos setores sociais, que concentre seus esforços na ruptura do modelo predominante e proponha não apenas objetivos, mas meios pelos quais chegar até eles.

O pós-neoliberalismo terá no fortalecimento da esfera pública um eixo fundamental de reorganização do Estado e de sua relação com a sociedade no seu conjunto. Nessa direção, a vitoriosa luta dos estudantes, funcionários e professores da USP pode ser um passo na construção da força social e política do movimento popular brasileiro.

Postado por Emir Sader às 13:11

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Se eu quiser falar com Deus

Hoje na aula de História da Educação o professor nos trouxe uma estranha relação que fez todo o sentido: as Regras de São Bento e a música de Gilberto Gil "Se eu quiser falar com Deus". Sinceramente, fiquei com preguiça de escrever os trechos das Regras que ele relacionou à música, mas vale ver a letra apenas. Ouvimos em sala, e um grande silêncio foi feito, apenas Gil cantando ao fundo... Incrível como eu nunca tinha prestado atenção nessa música! Linda! E não é que realmente as duas coisas se relacionam?! Parece uma poetização e adaptação para linguagem moderna desse conjunto de "conselhos" escritos há séculos para orientar os monges beneditinos. Não sei se foi a intenção de Gilberto Gil ao escrever, mas o resultado é fantástico. E essa é uma daquelas músicas que apreciamos melhor sem interferência de nenhum outro ruído, a sós, para sentirmos de verdade o que estamos ouvindo...

"Se eu quiser falar com Deus"

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

Versinho

Sinto em mim coisa nova
mesmo de um antigo querer
Sinto coisa assim que aflora
uma vontade crua de ser
Um quê de ter por agora
algo para sempre ter
e ver de dentro pra fora
o que de fora meu dentro vê
Sinto um desejo de nada
só para espaço fazer
a tudo que quero inflamada
deixar para amada viver
E tudo o que senti outrora
agora parece morrer
perante essa nova aurora
do amor que então sinto nascer

domingo, 24 de junho de 2007

Sobre vida

Sei que há nuvens no céu
assim como água nos olhos
Sei que o mundo que é meu
nem sempre é mundo de todos
Sei que de mim para fora
o que há é bem diferente
dos sonhos que habitam minha mente,
da vida que em meu peito mora
Sei que talvez eu não veja
cores nas ruas que andar
Sei que o futuro é um abismo
e o passado um imenso mar
Mas sei, acima de tudo,
que ainda assim vale viver
pois sinto que aos poucos me mudo
de ser a humano ser

Um post sertanejo

A noite de ontem me fez lembrar uma música que adoro. Acho sua letra linda. Acabei acordando com ela na cabeça... Como eu disse no meu perfil, sou uma sonhadora ;) E essa música me faz pensar em coisas da vida, em coisas de amor, no futuro, no destino. Me faz ter vontade de olhar para o céu!


Um Sonhador

Eu não sei pra onde vou
Pode até não dar em nada
Minha vida segue o sol
No horizonte dessa estrada
Eu nem sei mesmo quem sou
Nessa falta de carinho
Por não ter um grande amor
Aprendi a ser sozinho
E onde o vento me levar
Vou abrir meu coração
Pode ser que num caminho,
Num atalho, num sorriso
Aconteça uma paixão
E vou achar
Num toque do destino
O brilho de um olhar
Sem medo de amar
Não vou deixar
De ser um sonhador
Pois sei vou encontrar
No fundo dos meus sonhos,
O meu grande amor

sábado, 23 de junho de 2007

Sobre o livre-arbítrio

A noite de ontem foi produtiva em se tratando de posts ;)

Lendo o Emílio, uma obra de Rousseau que estamos estudando na aula de filosofia, encontrei uma linha de pensamento que veio ao encontro de alguns questionamentos meus.

Sempre penso em tudo que há de ruim nesse mundo, e me pergunto por que temos que passar por isso. Não necessariamente eu, mas por que algumas pessoas têm que sofrer pelos atos de outra? Por que Deus não nos fez todos bons de uma vez, para que houvesse harmonia?

Então encontrei a seguinte lógica: nos tirando a liberdade de fazer o mal, Deus nos tiraria a escolha de fazer o bem. Assim, coisas das mais belas no ser humano deixariam de existir - a ética, a moral, a integridade, a piedade, o amor ao próximo...

E então passei a me perguntar não se vale a pena o livre-arbítrio, mas se vale a pena que alguns passem por sofrimentos para que todos saibamos o quanto somos capazes tanto do bem quanto do mal. Vale a pena?

Pode ser que isso seja o que realmente nos torna humanos: não "ser racional", mas especificamente poder escolher entre fazer o bem e fazer o mal.

PS: esse post provavelmente não fará muito sentido para um ateu.

Fim da Ocupação

"Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei eternamente teu direito de dizê-las". (Voltaire)

Essa frase foi lembrada por uma colega de sala ontem. Discutíamos a ocupação da reitoria da USP, seus desfechos, o processo todo das assembléias, da greve, da participação ou não dos estudantes...

A ocupação acabou ontem, após 51 dias. Sinceramente: me sinto orgulhosa pela iniciativa dos estudantes. Não fiquei lá com eles, participei de poucas assembléias, de 1 ato apenas, mas tentei acompanhar os acontecimentos e levar a visão dos estudantes para quem eu pudesse. Não acho que fiz nada, aliás, acho que fiz muito pouco, e fico feliz por haver pessoas mais ativas que eu, que dão a cara a tapa, que fazem certas coisas acontecerem.

E o que aconteceu?

Para começar, uma revitalização desse espírito de ação estudantil. Como disseram ontem em sala, "muita gente estava lá desvinculada de qualquer ideologia política ou outra, mas para defender o que achava correto". Houve uma certa integração entre pessoas muito diferentes em pró de algo maior, e isso é uma das coisas de que mais precisamos hoje em dia. É aquela frase que adoro: VER COM OLHOS LIVRES.

Depois, foram alcançados pontos de negociação muito importantes com a reitora: o compromisso de não punir os estudantes, de atender os pedidos relacionados à moradia estudantil, de realizar o congresso da USP, a abertura para construção de uma nova estatuinte. E dessa a USP precisa urgentemente. Uma estatuinte fresca, sem esse autoritarismo e essa falta de participação democrática da atual. Agora o caminho será, eu acredito, prioriariamente em direção à discussão sobre ela.

Mas algo muito deprimente também foi visto. A parcialidade total de grande parte dos meios de comunicação na cobertura dos acontecimentos. Posso dizer que provavelmente todas as pessoas que não têm acesso a internet, por exemplo, devem estar achando os estudantes causadores de balbúrdia e caos, sem mais o que fazer a não ser depredar um patrimônio público e desrespeitar autoridades. Triste, triste... Quanta gente desinformada... Como é difícil ter acesso aos fatos, e não às idéias sobre os fatos. Não queria que as pessoas necessariamente ficassem ao lado dos estudantes, mas que pelo menos pensassem e escolhessem baseadas em informações reais. Foi ridícula a cobertura da grande mídia, foi enojante.

Disso tudo, meu aprendizado foi, como falei em um outro post, sobre a dificuldade de mobilização de uma massa, sobre a falta de compromisso ético da mídia nacional, sobre a força que temos quando unidos e sobre (ainda bem) não deixar de acreditar que podemos mudar o que não concordamos.

Já que comecei citando um filósofo, vou terminar com outro. Rousseau já dizia que "tudo que o homem construiu o homem é capaz de destruir".

terça-feira, 19 de junho de 2007

Um pouco de ópera

Essa é uma ária da ópera "O Pescador de Pérolas", de Bizet. Uma das minhas favoritas árias. Linda, linda...
Dá para ouvir aqui, mas não é uma versão de ópera... Só achei essa.


"JE CROIS ENTENDRE ENCORE"

Je crois entendre encore

Caché sous les palmiers

Sa voix tendre et sonore

Comme un chant de ramiers.

Oh nuit enchanteresse

Divin ravissement

Oh souvenir charmant,

Folle ivresse, doux rêve!



Aux clartés des étoiles

Je crois encor la voir

Entr'ouvrir ses longs voiles

Aux vents tièdes du soir.

Oh nuit enchanteresse

Divin ravissement

Oh souvenir charmant

Folle ivresse, doux rêve!



Charmant Souvenir!

Charmant Souvenir!

Carta de Mário de Andrade

"... Façam ou se recusem a fazer arte, ciências, ofícios. Mas não fiquem apenas nisto, espiões da vida, camuflados em técnicos de vida espiando a multidão passar. Marchem com as multidões (...). A vida humana é que é alguma coisa a mais que ciências, artes e profissões. E é nessa vida que a liberdade tem um sentido e direito dos homens. A liberdade não é um prêmio, é uma sanção. Que há de vir."

Trecho da carta escrita por Mário de Andrade em 5 de junho de 1942, véspera da palestra que apresentaria na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

Creio que isso tudo não deva ser dito apenas aos estudantes, mas a qualquer um, seja qual for sua profissão, seja qual for sua vida. Há algo maior que aquilo no que acreditamos. Há a vida!

O menino

Eu vi um menino por trás de seus olhos
Quis dar-lhe minha mão p'ra ele correr
E junto comigo passar a crescer

Por trás de seus olhos um menino eu vi
E a ele também uma rosa eu quis dar
P'ra ele aprender o que é o cuidar

Por trás de seus olhos eu vi um menino
E percebi que ele me via também
Só que não queria contar a ninguém

Esse menino que em seus olhos vi
Desde então me passou a encantar
E assim foi que quis só com ele ficar

Agora sempre que olho p'ra você
Vejo também o menino a me olhar
Pois para ver só é preciso amar

domingo, 17 de junho de 2007

Eu confesso

Eu adoro assistir o Dança dos Famosos. Acabou de acabar. Ai que vontade de dançar que dá! Mas provavelmente vou esperar me casar para fazer aula com meu marido. Ou se chegar aos 40 solteira desisto e faço sozinha, hehehe...

Impasse na USP

Texto retirado do Blog da Ocupação.



Em mais uma colaboração para este blog, Ricardo Musse, professor de Ciência Política da Universidade de São Paulo, comenta os últimos capítulos de uma novela que na verdade já dura quase seis meses, pois teve início com a posse de José Serra (PSDB) no governo do estado. A seguir, a íntegra do comentário:


"O impasse na USP continua mesmo depois que José Serra revogou, em seus pontos mais críticos, os decretos que engessavam as universidades estaduais paulistas. A hostilidade do governo perante as premissas do ensino público, demonstrada por atos e palavras, acirrou uma série de conflitos internos que até então permaneciam apenas latentes.

A credibilidade política, institucional e intelectual da USP pode ser creditada em grande parte ao papel proeminente que desempenhou na resistência e oposição à ditadura militar. Sua estrutura interna de poder, no entanto, não foi democratizada, conservando um “entulho autoritário” que persistiu após a extinção do regime de cátedras em 1968. Não só o poder, mas a própria representação política está confinada na figura do reitor e nas mãos do estamento burocrático que o envolve – um reduzido grupo de professores titulares que exercem o mando e as funções administrativas que outrora eram apanágio dos catedráticos.

Nem mesmo nos departamentos, estrutura elementar da organização universitária, os professores são considerados formalmente iguais. O conselho departamental é composto pela totalidade dos titulares, por representantes dos livre-docentes e doutores (excluindo assim a participação da maioria dos professores), e por uma representação estudantil que não pode exceder a 10% do número de professores.

Diante desse monopólio da atividade política e da apatia demonstrada pela reitora (e seu estamento burocrático) em relação aos ataques à autonomia universitária, não é de se estranhar que os estudantes tenham lançado mão de uma medida extrema. No entanto, o que mais se viu foram professores titulares procurando desqualificar a ação dos estudantes, sem demonstrar, em contrapartida (com raras exceções), qualquer preocupação com os decretos governamentais.

A defesa dos privilégios desse estamento talvez explique porque pessoas que se notabilizaram na luta democrática têm recusado, de forma tão veemente, o direito à participação política dos estudantes, utilizando-se muitas vezes de uma retórica que lembra os argumentos dos escravocratas no século XIX. Os membros desse estamento tendem a reagir às reivindicações de estudantes e professores, sobretudo a exigência de um congresso estatuinte, com o mesmo temor da nobreza francesa ante a decisão de Luis XVI de convocar os Estados Gerais.

O tamanho do impasse, entretanto, indica que talvez tenha chegado a hora de a comunidade uspiana voltar-se para si própria e discutir formas efetivas de democratização da representação e do poder. Parece insustentável a situação na qual os professores são ouvidos apenas quando entram em greve, os funcionários quando trancam as portas dos prédios, e os alunos não têm direito à palavra sequer quando ocupam o prédio da reitoria e a mídia."

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Olha um assunto aqui!

E não é que apareceu assunto? Quer dizer, não vou escrever lá essas coisas, mas pelo menos vou postar algo que achei muito interessante. Passando no blog do Ricardo Freire, o Viaje na Viagem, vi esses dois mapinhas aí embaixo. Um com os EUA, sendo que cada estado tem o nome de um país com o PIB equivalente ao seu. E depois, um mapa do Brasil, seguindo a mesma lógica. Aparece cada país no mapa do Brasil... E nós equivalemos ao estado de Nova Iorque no mapa dos EUA.


Uma certa falta de posts

Tenho andado sem inspiração para escrever nesses últimos dias. Minha cabeça continua um turbilhão, como sempre! Mas meus dedos estão preguiçosos e meus olhos também. Às vezes gosto de ficar apenas observando o mundo girar sem dizer nada.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Primeiro dia de aula

Hoje comecei meu primeiro estágio em uma sala de aula. Primeiro contato com alunos tendo olhos de uma futura professora. Vi que nada sei. Vi que nunca aprenderei o suficiente, que as crianças são seres misteriosos e encantadores, que exigem muito de nós, mas principalmente carinho e muita, muita atenção. Vi que precisarei trabalhar de tênis e cuidar muito da coluna e da voz. Vi que as teorias são lindas, mas aplicá-las não é para qualquer um. E começo a confirmar algumas impressões sobre o sistema de ensino no Brasil... Muita coisa não é como deveria ser. Será que é possível mudar algo? Nossa, a cada dia que passa, mais vejo que o que sei é ridículo perante tudo o que preciso ainda conhecer!

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Sobre futuro e coisas do tipo

Às vezes penso em tudo que há para se fazer e então nem sei por onde começar. E isso falando somente de minha própria vida. Tenho tanto a aprender, tanto a executar, muito a andar, a ver, a ouvir... Queria saber muitas coisas e em alguns momentos tenho a sensação de total impotência, de que nunca saberei nada. A área educacional é trabalhosa, nossa... Espero que eu consiga fazer pelo menos um pouquinho. Olho pra frente e vejo uma estrada reta, mas sem vestígio de horizonte. Uma estrada sem fim...

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Peito vazio

Essa é minha música predileta de Cartola. Ouça só que lindeza!

Lição

Ai de você.
Roubou-me as músicas,
as horas mais lúdicas,
arrastou aos meus dias
a vez de sonhar
e tornou minhas noites
de todo vazias.

Ai de você.
Invadiu minhas letras,
desregrou-me as rotas,
derramou-me por dentro
incontáveis suspiros,
enquanto por fora
faltava-me o ar.

Ai de você,
eu um dia’inda mostro,
coisa assim não se faz:
me levar tanta coisa
e deixar-me pra trás.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Filmes que quero ter

Esse post proavelmente não acabará nunca. Vou começar agora, mas logo devo acrescentar mais coisas e riscar outras...


Clube da Luta
V de Vingança
Curtindo a Vida Adoidado
A Lista de Schindler
Robin Hood (animação, ele é uma raposa)
Moulin Rouge
O Poderoso Chefão (todos)
Star Wars (todos)
O Senhor dos Anéis (todos)
Herói
Cidade de Deus
Doutor Jivago
Moça com Brinco de Pérola
Diários de Motocicleta