segunda-feira, 25 de junho de 2007

Se eu quiser falar com Deus

Hoje na aula de História da Educação o professor nos trouxe uma estranha relação que fez todo o sentido: as Regras de São Bento e a música de Gilberto Gil "Se eu quiser falar com Deus". Sinceramente, fiquei com preguiça de escrever os trechos das Regras que ele relacionou à música, mas vale ver a letra apenas. Ouvimos em sala, e um grande silêncio foi feito, apenas Gil cantando ao fundo... Incrível como eu nunca tinha prestado atenção nessa música! Linda! E não é que realmente as duas coisas se relacionam?! Parece uma poetização e adaptação para linguagem moderna desse conjunto de "conselhos" escritos há séculos para orientar os monges beneditinos. Não sei se foi a intenção de Gilberto Gil ao escrever, mas o resultado é fantástico. E essa é uma daquelas músicas que apreciamos melhor sem interferência de nenhum outro ruído, a sós, para sentirmos de verdade o que estamos ouvindo...

"Se eu quiser falar com Deus"

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

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