Ah, tempo ingrato...
Tanto leva quando te preciso rápido,
tanto passa quando lento te quero.
Insistes em ser-me o oposto do certo
para quem em ti espera um aliado.
Aqueles que sentem o peito aflorado
são os que sabem o quão és cruel
- fazendo durar os minutos de espera
e os de quimera queimando ao léu.
Ah, tempo devasso...
Desfazes meu traço com tanto desdém.
Desfias a linha que horas a fio
teci na esperança de atar o momento
e aumenta o frio de quem só quer bem.
Por que não me ajudas,
oh, tempo infame?
Por que não te mudas de areia a penedo
para não escapares tão fácil em meu dedo?
Assim eu seria sempre cantante
e de ti amaria cada vão instante,
não tendo a espera do amor prolongada
e sendo no amor por ti eternizada.
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