sexta-feira, 20 de julho de 2007

Um dos primeiros poemas

Nesses últimos dias não tenho tido muita vontade de escrever. Aliás, esse tempo frio está me cansando já; me deixa sem ânimo para um monte de coisa. Para não deixar o blog abandonado, vou postar esse poema que adoro, da Cecília Meireles. Foi um dos primeiros que conheci, (tirando músicas, né) - eu estava na 8a série, em 1993 (hehehe...)-, e foi através de uma professora de teatro - a única vez que tive aula de teatro na vida em uma escola! Essa professora era sensacional, a Sara; tenho certeza de que todos que estudaram comigo naquela época concordariam. Ela era um adulto diferente no meio daqueles atritos intermináveis próprios da idade - início de adolescência. Era uma amiga, confidente, próxima de nós como qualquer outro amigo de sala. E numa das primeiras aulas aprendemos esse poema para "treinarmos" recitar. Foi apaixonante! Nunca mais esqueci. Aqui está ele (e ler em voz alta é muito melhor que apenas com a mente):


CANÇÃO

Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.
Levou somente a palavra,
deixou ficar o sentido.
O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.
Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem…
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olhos, também…

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