domingo, 29 de abril de 2007

Dessa amizade

Já nem lembro do dia
primeiro em que o vi.
Nem das primeiras palavras,
nem das primeiras partilhas,
nem das primeiras risadas.
Talvez por terem sido tantas,
e mesmo assim únicas,
como o tempo incontável
que gastamos tão bem.
E menos ainda sei
em que momento exato
meu peito guardou um pedaço,
florido, iluminado,
onde ele habita cercado
do próprio bem que me deu.
O certo é que quando ele falta,
há sempre um momento triste,
aquele em que nada existe
que possa o vazio calar.
Mas mesmo longe ou ao lado,
sei que em seu olho apertado
verei muito mais do que eu.
Verei um caminho a seguir,
verei um lugar a sentar,
verei um motivo a sorrir,
verei um amigo a me olhar.


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