quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Escola, emprego e desigualdades
"É preciso ter uma boa escola para ter um bom emprego? Eu não acredito muito nisso. Na verdade, esse é o discurso neoliberal que usa o fato de o indivíduo não ter freqüentado boas escolas para justificar o seu desemprego, é uma forma de devolver o problema para o desempregado. Mas será que se todos tivessem acesso a excelentes escolas, haveria empregos para todos? A escola é muito mais a única forma de discriminação socialmente legitimada numa democracia. O empregador não pode dizer explicitamente que raça ele quer, que gênero ele quer, que idade ele quer, mas pode exigir um determinado grau de escolaridade que, por si só, já seleciona uma certa origem étnica-cultural, uma determinada faixa etária e uma determinada condição sócio-econômica. Todos aceitam, mas todos sabem que a escola não prepara para o mercado de trabalho; então, para quê exigir escolaridade? Muito provavelmente para justificar esta desigualdade e manter as pessoas perseguindo ideais individuais ao invés de coletivos".
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Porta
Então veio você
e me trouxe a felicidade.
E foi tanta e tão certa
que deixei a porta aberta
p'ra ela não mais ter que bater.
Para quê...
Eu, que apenas era,
de sorrir passei a sofrer:
essa porta que meu peito cerra
nunca mais ouviu de você.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Batidas na porta da frente...
Essa letra é uma das melhores... Perfeita para essa semana.
RESPOSTA AO TEMPO (ouvir)
Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento...
Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo...
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei...
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos...
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto...
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver...
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer...
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto...
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver...
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer...
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer...

domingo, 21 de outubro de 2007
F1
Preciso parar!
Nervos e Punhos
sábado, 20 de outubro de 2007
Frase
Será um desabafo?
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
"Maracanã - o estádio da família brasileira"
Como eu odeio a mídia tendenciosa...
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Nosso Partido Alto
começamos a dançar
a batida do pandeiro
como que a avisar
que nosso Partido Alto
nós iríamos cantar
que nosso Partido Alto
nós iríamos cantar
O improviso foi tão certo
resolvemos não parar
outra noite, outro samba
outra vez nós dois no ar
e nosso Partido Alto
continuamos a cantar
e nosso Partido Alto
continuamos a cantar
Mas por coisas desta vida
não pudeste mais ficar
o meu surdo e o meu peito
eu calei para esperar
que nosso Partido Alto
nós voltemos a cantar
que nosso Partido Alto
nós voltemos a cantar
***
(Esse feriado me inspirou...)
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Faz tempo
(abaixo, texto da Clarice enviado por um grande amigo - achei perfeito para hoje)
Sobre a Escrita...
(Clarice Lispector)
Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio.
Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases?
A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la.
Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade.
A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma idéia.
Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço,
mais sou capaz de pensar o meu sentimento.
Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro
dos nossos pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identificável
por um extrema simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo -
é por esconderem outras palavras.
Qual é mesmo a palavra secreta? Não sei é porque a ouso?
Não sei porque não ouso dizê-la? Sinto que existe uma palavra,
talvez unicamente uma, que não pode e não deve ser pronunciada.
Parece-me que todo o resto não é proibido. Mas acontece que eu quero é exatamente
me unir a essa palavra proibida. Ou será? Se eu encontrar essa palavra,
só a direi em boca fechada, para mim mesma, senão corro o risco
de virar alma perdida por toda a eternidade. Os que inventaram o Velho Testamento
sabiam que existia uma fruta proibida. As palavras é que me impedem de dizer a verdade.
Simplesmente não há palavras.
O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo.
Acho que o som da música é imprescindível para o ser humano
e que o uso da palavra falada e escrita são como a música,
duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos,
do reino animal, e mineral e vegetal também. Sim, mas é a sorte às vezes.
Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse
ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranqüilidade
ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas.
Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor
acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial.
Todo homem tem sina obscura de pensamento que pode ser
o de um crepúsculo e pode ser uma aurora.
Simplesmente as palavras do homem.