sexta-feira, 30 de março de 2007
O primeiro segundo
quinta-feira, 29 de março de 2007
Situações nessa noite
Vindo pra casa da faculdade, de carro, sozinha, ouvindo música. Começo a pensar... E se eu morresse hoje e me perguntasse "o que consumi desse mundo e o que de bom deixaria em troca?"
Situação II
Esperando elevador no meu prédio. Chega um vizinho que nunca vi. Entramos no elevador e passam-se uns 8 segundos. Penso comigo mesma: "Ele é um ser humano como eu; é dele que falamos na sala de aula - os homens, a humanidade. Está aqui do meu lado e a gente nem conversa". Aí ele solta na mesma hora:
— Situação estranha né? A gente fica assim parado no elevador e nem diz nada um pro outro; somos vizinhos e nem nos conhecemos.
— Pois é, acabamos nos cruzando pouco e não nos vemos nunca (frase ridícula, mas foi isso mesmo que eu disse...).
— É (o elevador pára no meu andar). Como é seu nome?
— Malena.
— Nossa, que nome diferente. Bonito.
— Obrigada.
— Eu sou o ... (nossa, foi agorinha e esqueci). Prazer conhecer você.
— O prazer foi meu também. Tchau! Boa noite!
— Boa noite!
Música!!
Letra abaixo. Para ouvir, aqui.
Butterflies And Hurricanes
change,
everything you are
and everything you were
your number has been called
fights, battles have begun
revenge will surely come
your hard times are ahead
best,
you've got to be the best
you've got to change the world
and you use this chance to be heard
your time is now
change,
everything you are
and everything you were
your number has been called
fights and battles have begun
revenge will surely come
your hard times are ahead
best,
you've got to be the best
you've got to change the world
and you use this chance to be heard
your time is now
don't,
let yourself down
don't let yourself go
your last chance has arrived
best,
you've got to be the best
you've got to change the world
and you use this chance to be heard
your time is now
Resposta III
From: "Dep. Silvio Torres"
Subject: Re: FALE CONOSCO
Date: Wed, 28 Mar 2007 17:29:23 -0300
Prezada Malena Xavier,
Em relação à reposição nos subsídios dos deputados e senadores, minha posição vem desde a última legislatura. O reajuste deve ser feito apenas com base no índice inflacionário, que, nos últimos quatro anos, ficou em torno de 26,5%. Assim, os salários dos parlamentares, que não são reajustados desde 2003, passariam de R$ 12.800 para R$16.200.
Sou contra as outras mudanças propostas pela Comissão de Finanças e Tributação, especialmente o gasto de 5 mil reais sem aprovação. Acho um absurdo!
Cordialmente,
Deputado Federal Silvio Torres (PSDB-SP)
quarta-feira, 28 de março de 2007
A lista aumenta
Lula (essa não é novidade...)
Virgílio Guimarães (PT-MG)
Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP)
terça-feira, 27 de março de 2007
Olê Olá
...Não chore ainda não
Que eu tenho a impressão
Que o samba vem aí
E um samba tão imenso
Que eu às vezes penso
Que o próprio tempo
Vai parar pra ouvir...
segunda-feira, 26 de março de 2007
Ah, nós, homens...
Emilio ou Da Educação: primeiro parágrafo do Livro I. J.-J. Rousseau.
domingo, 25 de março de 2007
Acontecendo
continua acontecendo,
e até quando
ninguém sabe falar.
Esse passado
eu vejo a toda hora;
não acabou,
nem sei se acabará.
A mancha negra
que invade a história
mudou de cor,
mas não de ar.
São outros filhos,
são outros pais,
são outros tempos
e o mesmo lamentar.
Vultos de vida
deixando rastros
mas não a chance
para um adeus.
Acontecendo,
continua acontecendo.
São outros filhos,
mas filhos meus.
quinta-feira, 22 de março de 2007
E sabe o que Lula disse?
Hum... se os ministros são heróis por conseguir sobreviver com 7 a 8 mil reais por mês, como devemos chamar quem sobrevive com o salário mínimo de R$ 350,00?
Resposta II
Enviado: quinta-feira, 22 de março de 2007 17:02:21
Assunto: RES: FALE CONOSCO - 83BF235687
Prezada Malena,
Agradeço o contato conosco. Estarei atento ao assunto mencionado em seu e-mail. Coloco o gabinete à disposição para qualquer dúvida e esclarecimento. Caso queira saber sobre minha atividade parlamentar, acesse o site: www.regisdeoliveira.com.br
Peço para que envie seus dados como nome completo, endereço e telefone para que possamos inclui-lo em nosso banco de dados.
Forte abraço,
Regis de Oliveira.
Resposta I
Prezada Senhora Malena,
Recebemos sua mensagem e a encaminhamos ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, ao Líderes dos partidos com representação na Casa e aos deputados federais que eleitos pelo seu estado.
Este serviço é um canal aberto à sociedade. Utilize-o sempre que necessário.
Colocamo-nos sempre à disposição e agradecemos o contato.
Central de Comunicação Interativa/Câmara dos Deputados
Disque-Câmara 0800-619619 e cidadao@camara.gov.br
Será que eu li direito??
terça-feira, 20 de março de 2007
300
Mas as desavisadas que não esperem o "Santoro Bonitão" de sempre!

Sobre a violência
segunda-feira, 19 de março de 2007
Conversa filosófica
"O último dia de Sócrates"

domingo, 18 de março de 2007
sexta-feira, 16 de março de 2007
Wonderland
to see beyond my world.
A talker I wish too
I could be, so I would
spread up everywhere
“a wonderland there is,
but made with little pieces
that each man must share.
And inside you and me
a piece we both shall find,
if we could only see
a soul alone is blind”.
quinta-feira, 15 de março de 2007
Ouvi-me
Parágrafo final da introdução do "Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens", de Rousseau. Vai ver eu sou muito louca, mas achei extremamente tocante. Imaginei-o escrevendo isso há muitos anos e penso se passou por sua cabeça que suas palavras chegariam a tantos e a tanto tempo depois. Penso como o que ele disse ainda serve para a nossa e várias outras gerações. Pensei na pequenez do homem, tão orgulhoso de suas conquistas mas tão longe de sua essência... Será que um dia aprenderemos algo?
quarta-feira, 14 de março de 2007
Ele chegou
Breve reflexão sobre amar
e com ela as certezas
que construí por segundos aflitos.
A negação irremediável
lavou-se e renasceu:
flor do sim a enfeitar a tarde.
Ouço trovões mas não sou capaz de dizer
se vêm de mim ou do tempo.
Meu peito já não mais brada de leve,
e quando grita, me desconcerta
perante a simplicidade teórica da vida.
Sim. Direi sim.
E tão simples assim
deveria ser o amar.
terça-feira, 13 de março de 2007
O Grande Desperdício
..."A medida de nossos atos é dada pela jornada de vinte e quatro horas..."

Digam-me quando, nessa jornada regrada, essa jornada que é o ano, os anos e toda a vida, quando o homem, esse animal físico estruturado, coberto de músculos, animado por um circuito sanguíneo, atravessado por uma rede nervosa, alimentado por um sistema respiratório - quando esse ser vivo, com seu mecanismo sutil e delicado, pode fazer com sua própria máquina aquilo que o obrigam a fazer com todas as máquinas: a limpeza, a manutenção e os reparos? Nunca. Não ha tempo para isso! Digam-me também, quando esse ser organizado há milênios pela lei do Sol, digam-me quando e onde ele oferecerá sua carcaça pálida aos raios regeneradores? Tal qual uma planta num porão, ele vive na sombra. O que respira? Vocês sabem! O que ouve? Vocês conhecem o tumulto extenuante das cidades de hoje. Seus nervos? Se deterioram e nunca se reconstituem.
Eu desenho (fig.2) o contorno indeciso que abraça a região urbana. No centro (M) está o coração cidade - os negócios. As indústrias e as fábricas? Estão dentro ou à volta, na estupidez da desordem e da falta de planejamento. Essa região urbana é uma reserva imensa. Ela contém dois, três cinco, sete, 10 milhões de criaturas! Seu diâmetro é de 20, 30, 50, cem quilômetros. Vocês, americanos, batem todos os recordes: as regiões urbanas de Nova York ou Chicago têm cem quilômetros de diâmetro! Tanta dispersão; por quê! Que frenesi é esse que repele milhões de seres para tão longe uns dos outros? Por quê? É que esses homens perseguem uma ilusão; a da liberdade individual. Porque a atrocidade das grandes cidades é tamanha que o instinto de preservação leva cada um a fugir, a se salvar, a perseguir a Ilusão da solidão. - A reivindicação fundamental: a liberdade. Eles são milhões que querem assim voltar a pisar a grama verde da natureza; que querem ver o céu, as nuvens e o azul; que querem viver com as árvores, essas companheiras de épocas que precedem a história. São milhões! Eles vão, se precipitam, chegam. São agora milhões deles que consideram seu sonho assassinado! A natureza se dissolve sob seus passos; as casas tomaram o seu lugar com estradas, estações e mercados. Essas casas são milhares. São as cidades-jardins (R), criação do fim do século XIX, aprovada, favorecida, santificada pelo capitalismo. As cidades-jardins, represas da grande torrente de rancores acumulados. Dessa multidão gigantesca, dessas montanhas de ressentimentos e reivindicações, fez-se a poeira dispersa aos quatro ventos dos céus, a cinza inerte: a poeira de homens.
O estatuto social, egoísta e parcial, teve assim a sua vida prolongada. No horizonte das cidades-jardins desarticuladas, o sonho perdido. Os homens, quando lá chegam, às oito da noite, têm os braços e a cabeça em pedaços. Eles se calam e se enterram. Foi perfeitamente destruída toda a força coletiva - essa admirável potência da ação, essa alavanca de entusiasmo, esse criador de civismo. Achatada, adormecida, abatida, a sociedade vive. Os fomentadores das cidades-jardins e os responsáveis pela desarticulação das cidades proclamaram bem alto: "Em primeiro a filantropia: para cada um seu pequeno jardim, sua pequena casa, sua liberdade assegurada." Mentira e abuso de confiança! A jornada só tem 24 horas. Essa jornada é deficiente. Ela recomeça amanhã e por toda a vida. Toda vida é estragada por uma desnaturalização do fenômeno urbano.
Eu desenho de novo o contorno da região urbana (fig. 3). Coloco novamente a cidade (M). Nessas vinte e quatro horas solares, tudo deve ser realizado: o movimento furioso desses milhões de seres no círculo do seu inferno. Criaram-se, eu já disse, os T.C.R. P ou os T.C.R.X - os transportes coletivos da região P ou da região X. Primeiramente, ferrovias (S); vida nos trens: estação, vagão, estação. Depois os metrôs (U); depois as estradas (Y) - estradas para os bondes, ônibus e automóveis, bicicletas e pedestres. Queiram por favor refletir sobre isso: a estrada passa na frente da porta de cada uma das casas da prodigiosa, fantástica, louca região urbana! Queiram, olhando para dentro de si, tomar consciência da rede fabulosa das estradas da região urbana. Entremos agora em uma das casas da enorme região. Nos EUA, por exemplo, infinitamente mais e melhor que na França, eis o conforto: luz elétrica, gás de cozinha, água encanada, pias, telefone. As canalizações vêem até aqui, sob a terra, e ocupam a enorme região, em uma rede difícil de imaginar. Uma rede - de cem quilômetros de diâmetro - que é a própria imensidão. Muito bem! Quem paga tudo isso? Desta vez, a pergunta está feita. Quem paga isso? Primeiro vocês me respondem: - "mas é justamente o trabalho dos tempos modernos, o próprio programa de nossas indústrias e de nossas empresas. É a abundância." Friamente eu digo: tudo isso é faz de conta e nada mais. Isso não traz nada para ninguém, já que essa liberdade apaixonadamente procurada, essa natureza ao assalto da qual todos vocês partiram, não é mais que vento e ilusões - desastre da jornada inacabada de vinte e quatro horas. Quem paga? O Estado! De onde ele toma o dinheiro? Dos bolsos de vocês. São impostos esmagadores e dissimulados, são impostos indiretos sobre tudo aquilo que vocês consomem: mercearia, sapatos, transportes, teatro e cinema. Por que pagamos na França, em Paris, 2,10 francos o litro de gasolina, quando este custa 0,25 francos ao desembarcar no porto do Havre - depois de tudo pago: a extração da mina, a refinação, a administração e os dividendos aos acionistas. 2,10 francos!
Compreendi! Compreendi que o gigantesco desperdício americano ou europeu - a desorganização do fenômeno urbano - constitui uma das cargas mais esmagadoras da sociedade moderna. E não o programa de sua indústria e empresa! Um plano falso, sobre premissas enganadoras. Que liberdade, hein? Não brinca! É a escravidão das vinte e quatro horas. Isso sim! Conclusão. Pego um giz preto e, sobre o setor das oito horas de participação necessárias à produção, cubro a metade, a metade em preto - a morte. Escrevo: para fazer de conta. Trens, metrôs, carros, estradas, e todas as canalizações, e as administrações correspondentes, e o pessoal da exploração, e o da manutenção, e o dos reparos, e o policial que ergue seu bastão branco, tudo isso é o desperdício estúpido dos tempos modernos. Vocês pagam, nós pagamos a cada dia por isso, por quatro horas de trabalho inútil. As estatísticas de vocês nos dizem: "o governo dos EUA recolhe 54% do fruto do trabalho geral".
Essa é a verdade. O dólar perdeu a auréola. Não há mais montes de ouro nos EUA. Após os dias trágicos que sucederam a euforia da indústria bélica os americanos, tateando, procuram se tornar realistas; onde está o vício do sistema, onde está o novo caminho? Eles endureceram, lutando para arrancar quatro centavos do desperdício; quatro centavos para viver! A produção útil à sociedade é o calçado, a roupa, o abastecimento sólido e líquido, a habitação (o refúgio em geral), os livros, o cinema, o teatro, a obra de arte. O resto é só vento: o furacão sobre o mundo - o grande desperdício. O veredicto está dado.
Façamos a proposta construtiva, fixemos o programa adequado aos novos tempos: reconstrução das regiões urbanas, revitalização do campo. Desenho, na mesma escala (fig. 4) a cidade dos tempos modernos. Ela não tem subúrbios. As técnicas modernas permitem ganhar em altura o que se perdia em extensão. A cidade está concentrada, breve. A questão dos transportes se resolve por si só. Redescobrimos nossos pés. Com edifícios de cinqüenta metros de altura, podemos alojar mil habitantes por hectare, uma superdensidade. Os edifícios cobrem apenas 12% do solo. Os 88% restantes são parques. O esporte aí se instala; o esporte está ao pé das casas. Na periferia, a cidade cai verticalmente sobre as plantações de trigo, sobre os prados ou pomares. O campo está à volta; ele entrou na cidade fazendo uma "cidade verde" (K). A cidade é classificada em suas funções diversas. O campo está à volta (L). Os automóveis - um milhão e meio de automóveis cotidianos de Nova York - são precisamente a doença, o câncer. O automóvel será precioso no fim de semana ou até mesmo a cada dia, para se precipitar nas tenras vegetações da natureza, logo ali. Termino desenhando um novo círculo das vinte e quatro horas solares. Oito horas de sono (A); meia hora de transporte (B) quatro horas de trabalho produtivo; participação necessária e suficiente para a produção; as máquinas operam seu milagre (C); meia hora transporte (D). E eis aqui as onze horas de ócio cotidianos.
O grande desperdício americano me permitiu ir ao fundo da aventura da época presente e vê-la com mais claridade do que na Europa, onde a doença é parecida. Vejo claro. Compreendo. Esses dois discos representativos da jornada solar exprimem pura e simplesmente o passado e o futuro. (fig. 5) Essas onze horas de ócio, tenho muita vontade de lhes dar um outro qualificativo: a verdadeira jornada de trabalho da civilização maquinista. Trabalho desinteressado, sem lucro, dom de si; manutenção do corpo - esplendor do corpo; moral sólida; ética. Ocupações individuais livres. Livre participação dos indivíduos nas empresas ou jogos coletivos. Sociedade acionada com todos os seus motores: o individual e o coletivo nessa medida justa e proporcional que é o próprio jogo da natureza - a tensão entre dois pólos. A massa está entre dois pólos; um pólo sozinho só tende ao zero; os extremos matam a vida; a vida corre bem no meio. O equilíbrio é o signo próprio do movimento imperecível. O equilíbrio não é o sono, a ancilose, a letargia ou a morte. O equilíbrio é o lugar da união de todas as forças. Unanimidade. Eis como o urbanista pode ler o destino das sociedades, nos dias de hoje. Em tais bases individuais, eu pude, nos EUA, propor ao meu auditório a grande reforma de suas cidades: reorganização do equipamento dos países, em favor dos homens. É, ao mesmo tempo, o programa dos grandes trabalhos e, como conseqüência, a salvação da indústria, que deve se voltar para objetivos fecundos. Assim se desenha a aventura.
É preciso, portanto, lançar o mundo na aventura! Lançar as pessoas na aventura!... Os espíritos fortes podem desejar entrar no jogo. Mas e os outros? Eles tremerão dos pés à cabeça. Nesse caso, os espíritos fortes inventam a catapulta para tudo lançar na aventura. Tudo será novo. Joguem as pessoas na água! Será preciso que elas nadem, e elas nadarão, e que elas saiam da água e que assim chequem a outra margem. Na volta, meu companheiro de mesa, no La Fayette me dizia: " É claro que, se os construtores das catedrais surgissem das eras longínquas na Paris moderna, eles poderiam exclamar: " O quê é isso?! Com seus aços diversos - doces, duros, cromados e outros - com seus cimentos Portland artificiais ou seus cimentos elétricos, com suas máquinas elevadoras, perfuradoras, escavadoras, com seus cálculos, sua ciência da física, da química, da estática, da dinâmica, mas, meu Deus! Vocês não fizeram nada de digno e humano! Vocês não fazem nada que ilumine a sua volta! Nós, com pedras pacientemente cortadas e ajustadas sem cimento, umas contra as outras, nós fizemos as catedrais!"
segunda-feira, 12 de março de 2007
Trato
Ciente de tudo escolho seguir.
Não é culpa sua se um dia cair
do meu olho ao chão uma gota de sal.
O trato foi feito, o preço acertado
e assim definido um incerto futuro.
Mas antes viver um amor inseguro
que se arrepender por não o ter arriscado.
domingo, 11 de março de 2007
sábado, 10 de março de 2007
Filosofia
Fora essa boa notícia, a aula de ontem também foi ótima porque cada vez mais sinto proximidade entre minha forma de ver o mundo e a de meus colegas de sala. Pode ser um pouco cedo para essa afirmação, mas tudo indica que minha opinião inicial só tende a se confirmar...
sexta-feira, 9 de março de 2007
Coisa ruim
Tempo azul
quinta-feira, 8 de março de 2007
Dia Internacional da Mulher

Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Muitas mulheres são contra, muitas são a favor; os homens também se dividem em pró e contra.
Eu gosto desse dia. Por vários motivos. O primeiro e mais bobinho, mas singelo, é a lembrança da primeira vez em que alguém me disse "parabéns, hoje é o seu dia - dia da mulher". Eu pensei "nossa, eu sou mulher... não sou menina, não sou garota, agora sou MULHER". Eu não havia percebido ainda que já era vista como tal, e me senti muito, mas muito bem! Não que me sentisse mal antes. Mas fiquei com orgulho de mim por estar crescendo, amadurecendo, por...florescer. Não há outra expressão. E sei que, apesar de nossas choradeiras eventuais, nossos dengos, nossa sensibilidade nata, apesar de toda aparente fragilidade, nós somos fortes, intensas, decididas, somos magnéticas, somos vida.
Gosto dessa data também porque acho importante esse olhar especial por um dia para nós. Muitos podem achar que as mulheres já alcançaram a igualdade que tanto querem. Mas essa frase tem dois pontos erradíssimos.
O primeiro é que NÃO alcançamos igualdade. Há preconceito, há discriminação - em todo lugar: no trabalho, na escola, na faculdade, no trânsito, na política, dentro da nossa mente...E vem de todos, de homens e de mulheres. Isso eu já senti muito na pele, no dia-a-dia, inclusive em lugares onde as pessoas são vistas como de "mente aberta". Isso eu já vi acontecer com familiares, com amigas, com colegas. E o dia de hoje de certa forma leva a sociedade a pensar no nosso papel - que é fundamental. É óbvio que vai haver gente dizendo "para que esse dia?", "se vocês querem igualdade, deveriam negar um dia só para vocês", e a melhor: "se tem dia da mulher vou querer também um dia do homem". Deixo dizerem. Eu continuo apreciando um dia dedicado a esse gênero que ainda passa por muitos percalços para construir seu lugar.
O segundo ponto errado daquela frase é o que afirma querermos igualdade. Não queremos. Queremos as mesmas oportunidades, os mesmos direitos, os mesmos deveres, mas queremos ser vistas como mulheres. Somos diferentes. Por que negar? Queremos ser tratadas como mulheres. Quero respeito, quero gentileza, quero educação, quero compreensão. Quero não ser olhada "a torto" no trabalho se tiver que sair para cuidar de um filho doente; quero não ser criticada se precisar sair por estar com cólica; quero não ser vista como "encalhada" se não quiser estar casada aos 35; quero compreensão se, numa discussão, me der vontade de chorar ao invés de bater; quero dizer "não vou ter filhos" e não ser vista como um alien; quero poder ser "só" dona de casa sim, e daí?; quero ser vaidosa sem que me vejam como fútil; quero que abram a porta do carro para mim; quero que me tratem com a mesma seriedade no trabalho com que tratam um colega; quero não ser vítima de força física para que não destruam minha força emocional; quero que os homens não tenham medo de minha capacidade, de minha inteligência, de minha independência. E quero ser amada por isso tudo. Não só por meu homem, mas por minha família, por meus amigos e amigas, meus colegas de profissão, por meus filhos.
Ser mulher não é fácil - isso já foi dito mil vezes. E fazer de nós mulheres não é só papel nosso. É também papel dos homens. As feministas que me perdoem, mas cavalheirismo é fundamental... As diferenças entre ambos os sexos existem também para que algo seja compartilhado - elas não têm que ser eliminadas. E isso inclui a forma de tratarmos uns aos outros. Quando digo querer cavalheirismo, não quero ser mimada. Quero respeito e educação no meu tratamento. Ser cavalheiro não é apenas deixar a mulher entrar na frente, é vê-la no cotidiano como tão capaz quanto um homem, mas tratando-a com ar especial, e não superior. Ser cavalheiro é ver beleza em nossas diferenças, é admirar o "ser mulher" e tentar adornar isso com gestos de carinho e compreensão. O respeito mútuo só torna o homem mais homem e a mulher mais mulher.
Por isso tudo, digo que gosto, sim, do fato de haver um dia para mim, para todas as mulheres. É, no mínimo, uma oportunidade de dizer o que pensamos. E o que penso sempre, acima e apesar de tudo, é que, tanto quanto amo o que há de diferente nos homens, amo ser mulher.
quarta-feira, 7 de março de 2007
Música da semana
"So oh I don't mind if you don't mind
Coz I don't shine if you don't shine
Before you go can you read my mind?
...put your back on me..."
Ouçam...
Ladeira abaixo
Pedaços de mim se espalharam
e nesses pedaços ficaram
as partes que partem de ti.
Ladeira abaixo eu caí
e ‘inda assim, já quebrada,
aos cacos, pela calçada,
em mim teus traços eu vi.
Ladeira abaixo eu caí,
tentando partir-me de ti.
Mas qual! Mal sabia eu
que em mim nada mais era meu.
Ladeira abaixo eu caí,
ladeira abaixo fiquei.
E depois que meus cacos colei
mais tu do que eu me senti.
terça-feira, 6 de março de 2007
Meu nariz reclama
segunda-feira, 5 de março de 2007
Uso de drogas
domingo, 4 de março de 2007
Para assistir

Para mim essa é uma das cenas mais emocionantes do cinema: Bela Lugosi filmado por Ed Wood. Não encontrei a versão de Tim Burton no You-Tube, mas é igualmente linda.
http://www.youtube.com/watch?v=s1k9Zq6mbeA
Soneto da solidão
construído dentro do peito
é uma dor que não tem jeito
é uma falta que teima em ficar
é não existir em si mesmo
é a implosão do sossego
é já desistir do dia
antes de qualquer tentar
A solidão é uma força inversa
é uma vontade perversa
de nada mais desejar
é ter uma obrigação de vida
é sentir a alma ferida
sem ao menos querer se curar
Domingo
sexta-feira, 2 de março de 2007
Depois de algumas I
"Antes morrer de vodka que de tédio!"
quinta-feira, 1 de março de 2007
E o ano começa
Adoro esse começo de ano. Parece que tem mais chance de coisas novas acontecerem. Apesar das notícias me jogarem o contrário na cara.
Como diz aquela música: tocando em frente!
Declaração
de acreditar piamente nas coisas.
Que o sol nasce para todos
e que esses todos são iguais.
Que o amor é eterno.
Que um dia tudo será diferente.
Que o homem, na essência, é bom.
Mas até o que era concreto
os filósofos me tiraram.
Não existe verde, azul,
não existe eu.
Não existem verdades.
A rosa se abriu
e mostrou coisas tristes.
Minha esperança é golpeada
dia a dia, basta abrir os olhos.
Mas ainda assim não desejo o escuro.
Antes ter a carne ferida porém viva
que o sangue intacto mas aguado.
Desprezo o medo de sofrer.
A vida, não a temos à toa.
De que valeria a música
numa terra de surdos?
Sei que nem tudo é música,
sei que existem sirenes,
tiros, motores, gritos.
Mas se causam dor,
podem causar também ação.
De que adianta seguir a linha,
a fila, o esperado,
a vidinha de sempre,
e deixar a sirene passar?
Para algum lugar ela vai,
e minha inércia me contradiz.
Devo segui-la,
desvendar seus motivos,
entender sua força,
conquistar o seu fim.
Desistir seria o golpe derradeiro,
seria deixar de existir.
Seria-me um coma.